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Crise afetará balança e crescimento, prevê Giannetti

Por Anne Warth
Atualização:

O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, disse hoje que as turbulências do mercado financeiro devem diminuir o superávit da balança comercial brasileira neste ano para US$ 35 bilhões e reduzir o crescimento econômico do País em 2008 em 0,5 ponto porcentual. De acordo com Giannetti da Fonseca, a queda dos preços das commodities agrícolas e minerais deve diminuir o valor das exportações brasileiras. "Nós estamos neste ano com perspectiva de um superávit da balança comercial acima de US$ 40 bilhões. No máximo, o superávit poderá cair para US$ 35 bilhões. Nada tão grave ainda que crie qualquer dúvida sobre a solidez da balança comercial brasileira, mas haverá um declínio do superávit, isso sem dúvida nenhuma", disse ele. Para Giannetti da Fonseca, a demanda mundial por commodities e também por produtos industrializados deve cair nos próximos meses e afetar o crescimento econômico do País. "Como as exportações representam 18% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, certamente se as exportações não tiverem o mesmo desempenho que vinha sendo esperado, o Brasil não vai crescer nos mesmos níveis anteriores", afirmou. "Algum efeito será traduzido em menor taxa de crescimento econômico, talvez em 0,5 ponto porcentual, no curto prazo, para 2008", acrescentou. Prazo O diretor estima um prazo de seis meses para que a crise dos mercados financeiros seja totalmente superada. "É uma crise um pouco mais séria, porque não é uma crise apenas de liquidez, mas de solvência. Isso pode ter alguma conseqüência de médio prazo ainda, eu diria de uns seis meses", explicou. Na avaliação dele, embora não haja motivos para pânico, o Brasil não passará ileso pelo período de turbulências. "Houve muita entrada de financiamento e capital no Brasil, e isso deixará de acontecer nos mesmos volumes anteriores. Nós teremos que nos acostumar com menor liquidez internacional e com a conseqüência que isso terá. Ou seja, menos alternativas de financiamento para as empresas brasileiras", ressaltou. Giannetti da Fonseca não vê riscos para o País em termos de inflação e taxas de juros. "As taxas de juros devem continuar caindo", finalizou.

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