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Crise causa queda de commodities e contração comercial, diz Bird

Comércio mundial recuará 2,1% em 2009 e emergentes terão quedas em exportações.

Por Bruno Accorsi
Atualização:

O Banco Mundial (Bird) avalia que a crise financeira global reduziu as perspectivas de crescimento dos países em desenvolvimento, deverá causar a primeira contração do comércio mundial desde 1982 e fez com que o preço mundial de commodities despencasse. As conclusões constam do relatório Global Economic Prospects (Perspectivas Econômicas Globais), recém-divulgado pelo Banco Mundial (Bird). O relatório estima que o PIB mundial crescerá neste ano 2,5%, mas apenas 0,9% no ano que vem. O índice de crescimento dos países emergentes, segundo o Bird, será de 4,5% em 2009, taxa bem inferior à de 2007, que foi de 7,9%. O órgão avalia que o comércio mundial sofrerá uma contração de 2,1% em 2009 e que os emergentes sofrerão fortes quedas em suas exportações. Desaceleração no investimento O Bird estima também que haverá uma desaceleração no investimento tanto em países ricos como em nações emergentes no ano que vem. De acordo com o órgão, a queda de investimentos nas nações ricas será de 1,3%. E o aumento de investimento nos países emergentes será de meros 3,5%, ante 13% registrado em 2007. ''As pessoas no mundo desenvolvido tiveram de lidar com grandes choques externos, a alta de preços de alimentos e de combustíveis seguida da crise financeira (...) que está pondo o sistema bancário à prova e ameaçando perdas de empregos em todo o mundo'', afirma Justin Lin, economista-sênior do Bird. Para Uri Dadush, diretor do grupo responsável pela realização do relatório, a despeito do declínio do comércio mundial, os políticos tanto de países emergentes como de nações ricas devem ''conter a tentação de recorrer ao protecionismo, que apenas irá aprofundar e prolongar a crise atual''. Segundo o Bird, a maior parte dos países emergentes reagiu à alta de alimentos e de combustíveis ampliando programas de investimentos sociais capazes de prevenir a malnutrição e seus efeitos de longo prazo. Muitos governos chegaram a gastar 2% de seus PIBs em programas assistenciais, mas, devido a falhas cometidas na implantação desses projetos, apenas 20% desses investimentos chegaram às pessoas necessitadas. O Bird, no entanto, oferece algumas perspectivas otimistas, ao dizer que já há ligeiros sinais de recuperação, como a a estabilização do setor de moradia nos Estados Unidos e uma melhora nas condições de crédito americanas, devido aos pacotes de investimentos implantados pelo governo dos Estados Unidos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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