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Crise deixa mais 2,5 milhões sem emprego na AL e Caribe

Pesquisa afirma que os mercados laborais da região continuam sofrendo o impacto da crise internacional

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

A taxa de desemprego urbano na América Latina e Caribe chegou a 8,5% no segundo trimestre de 2009 e poderia fechar o ano nesse mesmo nível, segundo projeção de técnicos da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgadas nesta quinta-feira, 01. Essa estimativa significa que 2,5 milhões de pessoas se somariam à população urbana sem emprego na região e o total de desempregados chegaria a 18,4 milhões de pessoas.

 

 

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Os números fazem parte do boletim conjunto dos dois organismos, intitulado "Conjuntura Laboral na América Latina e Caribe. Crises nos mercados laborais e respostas anticíclicas", disponível na Internet. A projeção de 8,5% de desemprego para 2009 considerou um retrocesso de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) durante este ano na região e é ligeiramente mais otimista que a publicada no boletim anterior.

 

Em junho, os técnicos de ambos os organismos estimavam um índice de desemprego entre 8,7% a 9,1%. Se o número for confirmado, representará "um aumento de um ponto porcentual da taxa de 2008, de 7,5%", destaca o boletim. O documento afirma que os mercados laborais da região continuam sofrendo o impacto da crise internacional e registraram uma nova deterioração no nível de ocupação e desemprego durante o segundo trimestre de 2009.

 

Segundo o boletim, alguns indicadores mostram "um aumento da informalidade no mercado de trabalho; um debilitamento do emprego com proteção social e uma contração do emprego com carga horária completa". "Os jovens têm pagado um alto custo pela crise ou o esfriamento econômico, pois o desemprego entre a juventude aumentou marcadamente", afirma o documento.

 

No Brasil, por exemplo, a taxa de desemprego entre os jovens, no segundo trimestre, chega a 19,5%. Na Colômbia e no Chile, no entanto, se verificam taxas maiores: 24,5% e 22,9%, respectivamente. Do ponto de vista setorial, a análise da Cepal e OIT mostra que a indústria manufatureira é a atividade mais afetada com reduções no número de empregados no Brasil (2%), Chile (1,4%), Colômbia (0,9%), México (7%) e Peru (2,7%).

 

Segundo o boletim, também houve contração no número de empregados no setor de construção no Chile (4,2%), México (2,4%) e Venezuela (5,3%). No comércio, houve retração no Chile (1,0%), México (0,8%) e Peru (3,1%). Apesar dos fortes impactos da crise verificados no segundo trimestre, "ambos os organismos reconhecem sinais de que a crise econômica já teria tocado fundo em meados do ano".

 

Também destacam que "em muitos países se observa uma incipiente recuperação, em parte devido ao impacto das políticas anticíclicas adotadas". Segundo o boletim, essas políticas poderiam favorecer os mercados laborais na região. No entanto, os técnicos fazem a advertência de que "um maior crescimento econômico não resolverá imediatamente os problemas laborais, já que a recuperação do emprego se dará com certo atraso em relação à atividade econômica".

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Para a Cepal e a OIT, "a recuperação será gradual e heterogênea nos países da região". Neste sentido, convocam os países a "redobrar os esforços para estimular a criação de postos de trabalho decentes".

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