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Crise do euro afeta clima de negócios da Alemanha

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Por Redação
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O sentimento de negócios da Alemanha recuou em junho pelo segundo mês seguido, para o menor nível em mais de dois anos, o mais recente sinal de que a maior economia da Europa está começando a sentir os problemas relativos à crise de dívida da zona do euro. A Alemanha conseguiu evitar até agora o destino de parceiros da zona do euro graças a fortes exportações para países que não são do bloco e à demanda doméstica, mas a crescente incerteza sobre as perspectivas do bloco monetário estão começando a afetá-la. Um enfraquecimento significativo da economia alemã, a qual salvou a zona do euro da recessão no primeiro trimestre, pode levar Berlim a adotar medidas mais ousadas para resolver a crise. O instituto de pesquisa Ifo informou nesta sexta-feira que seu índice de clima de negócios, com base em uma pesquisa mensal com 7 mil empresas, caiu para 105,3 em junho ante 106,9 em maio. Esse foi o menor nível desde março de 2010 e levemente pior do que o esperado, uma vez que uma pesquisa da Reuters com 44 economistas mostrava expectativa de que o índice caísse para 105,9. "A crise do euro está realmente afetando", disse o economista do Ifo Klaus Wohlrabe. "Está batendo à porta", acrescentou. Outros dados recentes também sugerem que a economia está perdendo força e que pode ter se contraído no segundo trimestre depois de ter crescido 0,5 por cento nos três primeiros meses de 2012. A atividade manufatureira está no nível mais fraco em três anos, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compra publicada na quinta-feira. O setor, que comandou o crescimento no último ano, também foi o mais afetado na pesquisa Ifo. As importações caíram em abril no ritmo mais rápido em dois anos, e as exportações recuaram devido ao enfraquecimento da demanda dentro da zona do euro, para onde a Alemanha envia 40 por cento dos bens que vende ao exterior. Os dados do Ifo mostraram que as empresas estão mais otimistas com as condições atuais de negócios, porém preocupadas com o cenário. O subíndice de expectativas caiu para 97,3 ante 100,8 em maio. Wohlrabe, do Ifo, explicou que as empresas estão segurando os investimentos à espera dos próximos acontecimentos. (Reportagem de Sarah Marsh)

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