PUBLICIDADE

Crise é pior do que o esperado, dizem membros do BCE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A turbulência nos mercados financeiros é pior do que o imaginado anteriormente e a zona do euro não deve escapar ilesa, disseram membros do Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira. Eles, porém, também estavam preocupados com as pressões inflacionárias causadas pela alta dos preços das commodities mesmo com a desaceleração econômica, confirmando o que analistas apontam para uma divisão interna do Conselho Diretor do BCE --órgão responsável pelas decisões sobre juros. O contraste entre a desaceleração do crescimento e a resistência da inflação é um dilema do BCE, que tem mantido as taxas de juros inalteradas a 4 por cento apesar da política de afrouxamento monetário de outros bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, que na terça-feira reduziu as taxas em 0,75 ponto percentual, para 2,25 por cento. Em momentos separados nesta quarta-feira, o belga Guy Quaden e o luxemburguês Yves Mersch disseram que a economia da zona do euro não está imune à desaceleração dos Estados Unidos e que também será afetada pela turbulência financeira. Os dois também expressaram preocupação com a recente volatilidade nos mercados de câmbio. Na segunda-feira, o euro atingiu novo recorde ante o dólar . "No que diz respeito ao impacto na atividade econômica da contaminação dos problemas do mercado imobiliário dos Estados Unidos... isso será mais severo e mais demorado do que o que foi assumido anteriormente", disse Mersch, em Luxemburgo. "A zona do euro e Luxemburgo dificilmente podem escapar dos efeitos da desaceleração da demanda norte-americana e possivelmente da turbulência na taxa de câmbio." Os comentários mais recentes contrastam com o foco colocado na inflação pelo alemão Axel Weber e o membro do Comitê Executivo Juergen Stark, bem como o francês Christian Noyer. "Basicamente, a mensagem como um todo mantém o foco na divisão dentro do conselho", disse o economista da Unicredit, Aurélio Maccario. (Reportagem de Douwe Miedema e Swaha Pattanaik)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.