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Crise global eleva status do Brasil para a Adidas

Com mercados americano e europeu em retração, presidente mundial do grupo diz que País é um dos únicos locais onde haverá crescimento

Por Ana Paula Lacerda
Atualização:

O Brasil, junto com outros países da América Latina, é o mercado que cresce mais rapidamente para a Adidas no mundo: até o terceiro trimestre de 2008, o crescimento foi de 39%, informou o presidente mundial do grupo, o alemão Herbert Hainer. E, mesmo com a crise econômica, será um dos locais onde o crescimento deve continuar - talvez mais lento, mas ainda assim positivo. De janeiro a setembro do ano passado, as vendas na região foram de 647 milhões, dentro de um total mundial de 8,2 bilhões. A participação da região nas vendas da Adidas passou de 4% para 8% do total nos últimos 5 anos. Apesar da desaceleração do último trimestre - que Hainer não quantifica, pois a empresa ainda não apresentou seu balanço -, o início de 2009 foi bom para a Adidas, segunda maior fabricante de artigos esportivos do mundo. "Nas seis primeiras semanas do ano, já fizemos pedidos para os próximos seis meses", diz. "Os EUA serão o mercado mais complexo para crescer este ano, assim como Inglaterra e Espanha. A América Latina terá grande destaque, e o Brasil está entre os top 10 da marca." O cenário é desafiador. Ontem, a rival Puma anunciou queda de 79% nos lucros do quarto trimestre de 2008. A Nike estuda a possibilidade de cortar 4% de sua força de trabalho no mundo. E, segundo agências internacionais, a própria Adidas estuda cortes de pessoal. No Brasil, a empresa contratou recentemente cerca de 300 pessoas para trabalharem no novo centro de distribuição da empresa, em São Paulo. Além disso, espera passar das atuais 9 lojas para 16 ou 17 até o fim do ano. As parcerias com os clubes de futebol continuam. O Palmeiras receberá da empresa R$ 9,2 milhões esta temporada, e o São Paulo (que usa a marca Reebok,pertencente à Adidas), R$ 15 milhões. Apesar de ter como principal negócio no País o futebol, o segmento de corrida também recebe destaque da empresa. "Formamos uma parceria com a brasileira Vulcabrás para conduzir a distribuição dos produtos da marca Reebok no Brasil, Paraguai e Argentina." Gradativamente, a marca vai focar em produtos de alto desempenho e diminuir a oferta de produtos mais simples. COPA NO BRASIL Outra das tarefas de Hainer em sua visita ao Brasil foi iniciar conversas sobre a Copa de 2014, que será realizada no País e da qual a Adidas é patrocinadora."Na Copa da Alemanha, reformamos um estádio. Podem esperar projetos grandes por aqui também", afirmou. A empresa é responsável por fornecer todos os uniformes de juízes e gandulas, além das seleções das quais é parceira. "Escolhemos aquelas que nos trarão maior exposição e retorno", diz. Quanto à seleção brasileira de futebol, não há planos. "Toda empresa gostaria de patrocinar a seleção brasileira. Porém, ela tem uma parceria de longo prazo com a Nike, então nós respeitaremos isso."

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