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Crise não atinge comércio popular

Por PAULA PACHECO
Atualização:

A recepção do vendedor é o sinal de como anda o clima no bairro do Brás, no centro de São Paulo, um dos maiores centros de comércio popular da América Latina. Ao avistar algum potencial cliente, o rapaz anuncia, animado: "Chegou ao lugar certo. O patrão mandou baixar o preço". Mais alguns passos e é possível verificar que o Brás, termômetro nacional do consumo das classes C, D e E, mostra que a crise passou bem longe do bairro. Quinta-feira, por volta de meio-dia, e o Lojão do Brás, uma das maiores redes da região, mal tinha espaço para mais visitantes. Famílias, amigas, gente de todo tipo, eram acotoveladas e desforravam o desconforto com empurrões. Vale tudo na hora de pegar o produto mais em conta. De tempos em tempos funcionários uniformizados se aproximavam da multidão com fardos sobre a cabeça. Entra em ação o locutor que anuncia a promoção de toalhas. Em segundos, os pacotes com as mercadorias são derrubados no chão e se forma uma roda em torno das promoções. É um salve-se-quem-puder. "Crise? Que crise? Aqui não tem nada disso", diz uma mulher enquanto tenta pegar uma das últimas toalhas. Entre os camelôs, que tradicionalmente reclamam das vendas, estejam elas boas ou ruins, nem mesmo as ruas abarrotadas do Brás são motivo de animação. Um deles se queixa: "O movimento está fraco, muito fraco". Para melhorar as vendas, vale muito gogó e promoções. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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