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Crise não deveria afetar os pobres, pede ministro africano

Por LESLEY WROUGHTON
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As grandes economias não deveriam usar o esfacelamento do crédito global como uma desculpa para voltar atrás nas promessas de ajuda a países pobres, cujos problemas podem piorar por causa da crise que começou no Ocidente, disseram neste domingo líderes e ministros de Finanças de países em desenvolvimento. Durante as reuniões do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional neste fim de semana em Washington, ministros africanos de Finanças apontaram a velocidade com que os Estados Unidos e a Europa levantaram bilhões de dólares para bancos em situação precária, mas estão aquém em compromissos de ajuda a países pobres. Preços mais altos de alimentos e combustível agravaram os problemas orçamentários de países pobres. O Banco Mundial criou uma lista de observação de 28 países que enfrentam dificuldades financeiras, incluindo desde Jordânia, Líbano, Camboja, Sri Lanka a Ruanda, Haiti, Etiópia, Malauí, Nepal, Fiji e Costa do Marfim. Autoridades da União Européia também estão preocupadas. "A credibilidade da comunidade de doadores como parceiro confiável está claramente em risco," disse o chefe da Ajuda da União Européia, Louis Michel, em reunião no FMI e Banco Mundial. "Isto já é evidente por si só quando a velocidade do aumento da ajuda para os mais pobres é comparada com a velocidade com que a ajuda para os ricos é mobilizada," disse ele. O secretário de Tesouro dos EUA, Henry Paulson, pediu que o FMI e o Banco Mundial façam todos os esforços para aliviar o impacto da crise financeira nos países mais pobres porque, disse ele, no final eles (os mais pobres) serão afetados. "Os desdobramentos do mercado financeiro estão tendo um impacto agudo nos países avançados, e nós prevemos que a crise terá também grandes ramificações para os mercados emergentes e os países mais pobres," disse ele. Os países desenvolvidos prometeram dobrar a ajuda à África até 2010, mas têm falhado no cumprimento das promessas. (Reportagem de Lesley Wroughton)

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