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Crise no Iraque traz risco na área de energia

Por Fernando Nakagawa , CORRESPONDENTE e LONDRES
Atualização:

Os dirigentes da Agência Internacional de Energia (AIE) repetiram diversas vezes na manhã de ontem, durante a apresentação do relatório sobre as perspectivas para o mercado de petróleo, que ainda é cedo para avaliar o efeito do agravamento da situação no Iraque. Apesar do esforço tranquilizador, o relatório deixa claro que o tom é de preocupação. Ao comentar a perspectiva de aumento da produção no médio prazo, a AIE diz no relatório que espera que o Iraque contribua com 1,28 milhão de barris diários até 2019. "Uma previsão conservadora feita antes do lançamento na semana passada de uma campanha militar por insurgentes que avança para cidades-chave do Iraque", destaca o documento. Essa previsão, reconhece a agência, "enfrenta risco de queda considerável". Uma das preocupações é que a escalada da violência interrompa novos projetos. "Dada a situação precária da política e segurança no país, a previsão é carregada de riscos negativos", diz a AIE. O cenário principal da entidade prevê que o Iraque responderá por 60% do aumento de produção previsto para os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no resto da década. Projeções. A AIE aguardará os desdobramentos da crise no Iraque para eventual revisão das projeções sobre a produção de petróleo do país. "Ainda é um cenário muito incerto e vamos esperar as próximas semanas", disse Antoine Halff, diretor da indústria de petróleo e mercados, durante apresentação do relatório sobre as perspectivas de médio prazo do setor."Vamos revisar nossas previsões ao longo dos próximos meses. Temos alguns problemas de oferta na Líbia desde o verão passado e agora a situação no Iraque. A despeito do problema no Iraque, temos a perspectiva de aumento das exportações em outros países na região árabe", lembrou Halff, ao minimizar a preocupação de uma queda abrupta no fornecimento de petróleo no Oriente Médio.A diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven, também adotou um tom tranquilizador. "As reservas disponíveis são razoáveis, confortáveis. Temos de esperar para ver o que acontece antes de qualquer preocupação com problemas na oferta."

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