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Crise no mercado financeiro deixa Deutsche Bank no vermelho

Banco está cada vez mais vulnerável à medida que a crise global passa a afetar suas unidades mais importantes

Por Reuters
Atualização:

O Deutsche Bank sofreu seu primeiro prejuízo trimestral em cinco anos depois que a turbulência financeira mundial gerou mais de US$ 4 bilhões em baixas contábeis ao banco e problemas nos mercados reduziram seus lucros. O banco afirmou nesta terça-feira que o prejuízo antes de impostos somou 254 milhões de euros (US$ 398 milhões) nos primeiros três meses do ano contra um lucro de US$ 3 bilhões um ano antes, fazendo deste o pior trimestre desde o colapso da bolha da Internet. O Deutsche tem sido um dos vencedores na crise que forçou o rival suíço UBS e o Royal Bank of Scotland a procurarem seus acionistas para levantar capital. Até a maior seguradora da Europa, a Allianz SE, foi afetada. Mas o Deutsche parece estar cada vez mais vulnerável à medida que a crise global de crédito passa a afetar suas unidades mais importantes, como a de trading com produtos de dívida. A receita da unidade de banco de investimentos despencou para 880 milhões euros no primeiro trimestre contra 6,1 bilhões de euros no mesmo período do ano anterior. Em conferência com analistas, o presidente financeiro do Deutsche, Antonio di Iorio, retirou a meta de lucro antes de impostos do banco de 8,4 bilhões de euros para este ano, afirmando que as incertezas do mercado impossibilitavam uma previsão. "A questão não é a baixa contábil", afirmou Dieter Ewald, gerente de fundo com o Frankfurt Trust, que detém ações do Deutsche Bank. "O que está preocupando é o impacto nos negócios operacionais -- isso é decisivo."  "O Deutsche Bank está dependente dos mercados. Eles estão numa forte posição aqui? Eu colocaria um ponto de interrogação nisso." As últimas baixas contábeis são equivalente a mais de um terço do lucro líquido do Deutsche em 2007 e a mais do que todas as perdas que sofreu no ano passado. A conta total está 5 bilhões de euros. A maior parte das baixas contábeis do primeiro trimestre são provenientes dos compromissos do banco de emprestar dinheiro para clientes como investidores de private equity e empresas em processo de aquisições. O Deutsche afirmou que sua exposição a financiamento alavancado no fim do trimestre era de mais de 33 bilhões de euros.

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