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Crise política se agrava e mercados não resistem

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar comercial está em forte alta nesta segunda-feira. Às 15h45, a moeda norte-americana é negociada a R$ 2,4650 na ponta de venda das operações, em alta de 2,79% em relação aos últimos negócios de sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em forte queda de 3,59% neste mesmo horário. Claramente percebe-se um aumento na percepção de risco no mercado financeiro. A preocupação dos investidores refere-se ao agravamento da crise política. Isso significa, neste caso, ao temor de que novas revelações possam aproximar a crise política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quanto isso afetaria a política econômica no Brasil. O aumento da cautela com o cenário político nos últimos dias acompanhou primeiro as declarações de Roberto Jefferson de que tem provas contra Dirceu e não pouparia mais o presidente Lula. Em seguida vieram as notícias de que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza estaria chantageando o PT e teria provas contra Lula. Ele negou as chantagens, mas avisou que desembarcará em Brasília com quilos de documentos. Ao mesmo tempo, cresce a lista dos que supostamente teriam recebido recursos das empresas de Valério. Isso pode comprovar a existência do mensalão, o que colocaria por terra a tese do PT, e que Lula avalizou em entrevista no final de semana passado, de que o dinheiro era para financiamento de campanhas eleitorais. Por fim, de novo o deputado Roberto Jefferson. Em entrevista na noite de sexta-feira passada, declarou que o ministro Antonio Palocci está entre os que sabiam da existência do mensalão. Além disso, o mercado aguarda, amanhã, a entrevista da esposa de Marcos Valério, Renilda, à CPI dos Correios. Muitos membros da comissão avaliam que ela pode desmoronar. O contraponto às notícias negativas vem das pesquisas eleitorais. Embora se perceba uma piora na imagem do presidente, Lula continua sendo o vencedor das simulações de eleição presidencial perante todos os adversários sugeridos. Além disso há as recentes captações externas, já conseguidas após as ressalvas feitas por bancos estrangeiros sobre a insegurança do Brasil. O maior exemplo é o Unibanco, que na sexta-feira fechou captação de US$ 500 milhões. O dobro do valor previsto inicialmente, de US$ 250 milhões. Os recursos podem chegar ao País a qualquer momento. Leia aqui mais informações sobre a crise política.

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