De acordo com o mais recente relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Brasil recebeu US$ 62,495 bilhões em investimentos estrangeiros produtivos no ano passado. O valor difere do divulgado pelo Banco Central (BC), que utiliza outros critérios e conceitos de aferição - em lugar do IED que divulgava em seus relatórios, o BC passou a calcular o Investimento Direto no País (IDP).
A lista da Unctad é liderada pela China (US$ 129 bilhões de IED no ano passado), seguida por Hong Kong (US$ 103 bilhões), Estados Unidos (US$ 92 bilhões), Reino Unido (US$ 72 bilhões) e Cingapura (US$ 68 bilhões). A Rússia, que em 2013 recebera US$ 68,9 bilhões em investimentos diretos, absorveu apenas US$ 20,9 bilhões no ano passado.
A decomposição, por setores da economia, dos investimentos externos mostra como as oscilações do mercado afetam as decisões. Embora o agronegócio continue a demonstrar grande dinamismo, evitando a redução mais acentuada do Produto Interno Bruto (PIB), o volume de capital estrangeiro destinado ao setor primário despencou no ano passado. Isso se deve à queda da cotação das commodities, tanto as agrícolas quanto, sobretudo, as minerais.
A despeito da crise em que se arrasta há anos, a indústria continua a merecer a atenção dos investidores. O total destinado ao setor manufatureiro alcançou US$ 22 bilhões no ano passado (aumento de 5%). Boa parte desse dinheiro é aplicada em projetos de maturação mais longa, como os do setor de petróleo e gás e a indústria automobilística. É uma indicação de que, pelo menos no exterior, há confiança na recuperação desses setores. Já o comércio, que absorveu US$ 6,8 bilhões, continua a ser o principal destino dos investimentos.