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Crises na América do Sul preocupam mercados

Graves crises institucionais estão se espalhando pela América do Sul. Além da Argentina, Venezuela e Colômbia enfrentam momentos agudos, e 2001 será ano de eleições no Brasil, Bolívia, Equador e Colômbia. A instabilidade preocupa os investidores.

Por Agencia Estado
Atualização:

A crise argentina não é novidade, muito menos as eleições presidenciais no Brasil em 2002. Mas a gravidade da situação na Argentina surpreendeu a muitos analistas, e se soma a outras crises no continente. Com isso, a preocupação dos investidores com a região é crescente, o que pode render muitas perdas para os mercados financeiros. Na Venezuela, o governo do presidente Hugo Chávez enfrenta sérias dificuldades econômicas, incluindo grandes saídas de dólares nos últimos dias. Um dos motivos é a queda nos preços do petróleo nos mercados internacionais, mas as políticas de Chávez não são bem aceitas na comunidade empresarial. Medidas restritivas à movimentação de capitais são consideradas iminentes. A Colômbia, que também terá eleições presidenciais em 2002, está à beira da eclosão de um confronto aberto entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e as tropas do governo, uma vez que fracassaram as conversações de paz com as facções envolvidas na guerra civil que já dura quase 38 anos. Esses dois vizinhos isoladamente não deveriam afetar o Brasil, mas ainda há a crise argentina, que segue indefinida. Muitas medidas econômicas são controvertidas, e não se espera recuperação econômica neste ano. Os prejuízos aos investidores estrangeiros são enormes, e podem crescer ainda mais. Fala-se que o atual presidente, Eduardo Duhalde, não conseguirá se manter no cargo até o final de 2003 e mais turbulências são temidas. O que agrava a situação dos mercados brasileiros são as eleições presidenciais, em um ano em que Equador e Bolívia também escolherão novos presidentes. Por enquanto, o Brasil tem conseguido manter-se relativamente imune à instabilidade regional, mas a campanha eleitoral, mostrando candidatos pouco afinados com as teses defendidas pelos mercados, pode reverter essa situação. Além disso, o presidente do Fed - Banco Central norte-americano -, Alan Greenspan, declarou na sexta-feira passada que a recuperação da economia dos Estados Unidos ainda é incerta, o que colaborou para derrubar as bolsas no mundo inteiro. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo despencou 3,43%, com um volume de negócios muito baixo, mas o dólar e os juros não reagiram às más notícias. O fato é que o noticiário econômico nacional continua trazendo boas notícias. Mesmo que não em janeiro, espera-se que a Selic - taxa básica referencial de juros - caia no curto prazo, refletindo melhoras na economia. Ontem, por exemplo, foi divulgado o resultado da balança comercial da segunda semana de janeiro, apresentando saldo positivo de US$ 250 milhões, o que garante o fluxo de divisas e mantém as cotações da moeda norte-americana sob controle. Mas o cenário internacional pode voltar a afetar as cotações ao longo de 2002. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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