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CSN deve anunciar hoje acordo com sócios asiáticos na Namisa

Fusão da empresa com terminal de cargas Tecar criará novo grupo no qual a CSN terá 85% das ações e os asiáticos, 15%

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve anunciar hoje ao mercado que fechará acordo com as empresas asiáticas que são suas sócios na mineradora Namisa. Hoje, a CSN, de Benjamin Steinbruch, detém 60% da Namisa e o consórcio asiático, 40%. Com a fusão da Namisa com o terminal de cargas da CSN no Porto de Itaguaí e uma fatia da MRS, será criada uma nova empresa na qual a CSN ficará com 85% e o consórcio asiático, com 15%.

O acordo anterior indicava que a CSN ficaria com 88,7% e os outros sócios, com 11,7%. A nova empresa, que era chamada de Congonhas Minérios será batizada de CSN Mineração, apurou o Estado.

Acordo. Sócias comprarão minério da empresa por 30 anos Foto: ANTONIO MILENA | AE

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Com esse acordo, a CSN vai conseguir abater boa parte de sua pesada dívida com o grupo asiático. Fazem parte da joint venture uma fatia da MRS, cerca de 27% que pertence à CSN, e a Tecar (terminal de carvão), da CSN, no Porto de Itaguaí (RJ), da qual Steinbruch tinha 100%. A Namisa reúne os grupos Itochu Corporation, JFE Steel Corporation, Posco, Kobe Steel, Nisshin Steel e China Steel Corporation e vai desaparecer com essa fusão.

Os sócios asiáticos também se comprometeram a comprar minério da empresa nova por 30 anos, o que garantirá liquidez à companhia. A CSN tenta há alguns anos acordo para a fusão dos ativos, alegando que a operação traria ganhos de escala e de produtividade, mas não havia consenso entre os sócios.

Reestruturação de dívidas. Independentemente do acordo, a CSN busca alternativas para reduzir sua pesada dívida, que inclui venda de ativos. Nos últimos meses, a CSN tem renegociado realongar dívidas e colocou ativos à venda. No fim de setembro, a companhia renegociou mais prazo para pagar sua dívida de curto prazo com o Banco do Brasil, no valor de R$ 2,2 bilhões. No início de setembro, fechou acordo com a Caixa Econômica Federal. Com essas operações, conseguiu adiar em até sete anos os pagamentos de dívida de quase R$ 5 bilhões de um total de R$ 7,4 bilhões previstos para pagar entre 2016 e 2018.

A CSN colocou alguns ativos à venda e o mais próximo de ser vendido é o terminal de contêineres Tecon, de Sepetiba, que está avaliado em cerca de R$ 1 bilhão e tem atraído interesse de diversos fundos e outros investidores.

Com atuação em cinco áreas (siderurgia, mineração, cimento, logística e energia), a ideia é se desfazer de negócios considerados não estratégicos, mas não está descartada a entrada de sócios em divisões importantes, como mineração, por exemplo, e venda de ativos de siderurgia da companhia no exterior, afirmou uma fonte familiarizada com o assunto.

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A dívida bruta da CSN atingiu R$ 32 bilhões no primeiro trimestre deste ano e a tendência é aumentar, uma vez que os preços do minério recuam drasticamente desde o ano passado – na semana passada registrou a maior baixa dos últimos dez anos, US$ 44,50 por tonelada, provocando estragos também em grandes mineradoras e siderúrgicas globais.

Além disso, a CSN é prejudicada pela baixa demanda por aço no mercado interno, sobretudo das indústrias automobilística e de linha branca.

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