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CSN diz que lutará para entrar no conselho da Usiminas

Empresa é acionista da concorrente, mas foi vetada pelo Cade de participar do conselho da siderúrgica mineira

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O imbróglio envolvendo o interesse da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no capital social da Usiminas deverá ganhar, em breve, um novo capítulo. Depois da decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em abril, que barrou a empresa presidida por Benjamin Steinbruch de entrar no conselho de administração de sua concorrente, a companhia deu seu recado ontem e indicou que vai brigar para "fazer valer o que está estabelecido em lei".Em teleconferência com analistas para comentar o resultado referente ao primeiro trimestre do ano, o diretor executivo de Relações com Investidores da CSN, David Moise Salama, afirmou que o investimento da Usiminas é estratégico e que a empresa vai "tomar todas as medidas para mantê-lo". Para ele, a decisão do Cade de proibir a CSN de indicar um membro ao conselho da Usiminas, e também de comprar novas ações, foi "dura", mas a CSN vai negociar para tentar flexibilizar essa decisão. "Nós respeitamos essa decisão, mas a achamos bastante dura. Vamos tentar negociar no sentido de flexibilizar essa decisão. O intuito é exercer o nosso direito de acordo com a lei e achamos isso possível", disse Salama. A lei que Salama quer fazer valer é a das Sociedades Anônimas (S/As), que estabelece que, para ter direito a um assento no conselho de administração, é necessário ter 15% das ações ordinárias ou 10% das preferenciais. E isso a CSN cumpre com folga.Como a maior acionista da Usiminas fora do bloco de controle, a CSN acumulou em compras em bolsa ao longo do ano passado 20,14% das ações preferenciais e 11,66% das ordinárias de sua concorrente.Resultado. O lucro líquido da CSN no primeiro trimestre do ano caiu 84,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 93 milhões de janeiro.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,113 bilhão no período, com recuo de 27%. A margem Ebitda cedeu 11 pontos porcentuais, para 29%. O lucro e o Ebitda da CSN ficaram abaixo das estimativas dos analistas consultados pela Agência Estado. "O resultado da empresa foi afetado pelo minério de ferro e pelo preço do aço. Além disso, apesar de a CSN produzir minério, o custo dos insumos pesou na produção de aço, com a alta do carvão mineral", afirma o chefe do departamento de Análise da SLW, Pedro Galdi. O analista Alexander Hacking, do Citibank, também afirmou que os resultados vieram mais fracos do que o esperado. O Ebitda de R$ 1,1 bilhão, ficou 10% abaixo das estimativas do Citi. "A margem Ebitda foi de 29%, o menor nível em três anos", comparou. "O lucro caiu 85% na comparação anual, como resultado de um menor Ebitda e despesas financeiras mais altas. O resultado fraco foi principalmente devido ao minério de ferro (preços mais baixos e volumes)", concluiu.O fraco desempenho se refletiu na cotação dos papéis da companhia. As ações da CSN caíram 3,44% ontem, acima do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, que registrou queda de 0,43% no pregão. / COLABOROU FÁTIMA LARANJEIRA

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