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CSN: Lula pediu para empresas manterem a confiança

Por Isabel Sobral e LEONARDO GOY E LU AIKO OTTA
Atualização:

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, afirmou hoje que no encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com empresários, no Palácio do Planalto, Lula se mostrou confiante e disse que a situação do Brasil é melhor do que a de outros países. "Nós, os empresários, também achamos e acreditamos que o País tem que ter competência para sair dessa situação fortalecido." No encontro, informou Steinbruch, o presidente reconheceu a situação difícil, mas pediu aos empresários manterem a confiança e passarem esse sentimento para o mercado. Para ele, o que os grandes empresários do País têm de fazer agora é aguardar as medidas do governo para avaliar como o Brasil atravessará o primeiro trimestre do ano que vem. Para ele, esse período será chave para o desempenho do País na atual crise. "Se conseguirmos minimizar os efeitos da crise nos três primeiros meses de 2009, acho que isso é o melhor que podemos fazer", afirmou. Segundo o presidente da siderúrgica, todas as empresas estão "postergando ao máximo as demissões". Já o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, da siderúrgica Gerdau, informou que o governo vai criar uma comissão encarregada de elaborar medidas concretas para combater os efeitos da crise, a serem anunciadas até o fim deste ano. Gerdau participou da reunião do presidente Lula com um grupo de empresários e avaliou que o resultado foi positivo porque o governo demonstrou disposição de agir contra a crise financeira internacional. "A reunião foi no sentido de estimular e criar confiança nos empresários pela disposição de encontrar soluções", disse. "Temos de analisar o que tem de concreto", completou. Juros O empresário considerou importante a mensagem dada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se mostrou flexível para encontrar "soluções para se ajustar às necessidades". E acrescentou: "a taxa de juros é um fator importantíssimo. No Brasil existia uma situação de demanda maior que a oferta. Hoje a oferta é maior que a demanda. Então, dá para mexer nos juros". Também presente na mesma reunião, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que os representantes do governo não comentaram a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que foi mantida ontem em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Mas, segundo ele, os empresários deixaram claro seu descontentamento. "Nós (empresários) falamos que, se a disposição é pela ampliação da demanda, então é preciso baixar os juros", disse Monteiro, ao deixar o Palácio do Planalto. O presidente da CSN disse ter aproveitado a ocasião para pedir pessoalmente ao presidente do Banco Central pela queda dos juros. Mais cedo, ao chegar ao encontro, ele classificou como "horrível" a decisão do Copom de manter a Selic.

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