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Cuba registra crescimento acentuado da dívida externa

Por MARC FRANK
Atualização:

A dívida externa ativa de Cuba deu um salto de quase 2 bilhões de dólares em 2006, somando 7,794 bilhões de dólares, revelaram dados divulgados na sexta-feira no site da Agência Nacional de Estatísticas do país. A maior parte da dívida recente de Cuba seria resultado, segundo analistas, dos créditos fornecidos pela China e pela Venezuela. Em 2005, a dívida ativa da ilha caribenha (a dívida sobre a qual Cuba paga juros e amortizações) somou 5,898 bilhões de dólares. Essa dívida começou a formar-se depois do colapso da União Soviética, em 1991. O débito envolvendo o suprimento de mercadorias aumentou de 16 por cento do total das dívidas em 2005 para 36,2 por cento. Durante esse período, o fluxo comercial com a China dobrou de tamanho. Os débitos com fornecedores estrangeiros referem-se normalmente a financiamentos envolvendo a remessa de mercadorias a um país. A Venezuela financia quase 60 por cento do suprimento de petróleo que envia a Cuba. Não se sabe, porém, se todos esses empréstimos haviam sido classificados como relativos aos fornecedores. Em 2004, pela última vez, Cuba prestou informações a respeito de sua dívida inativa, aquela sobre a qual não paga juros e que se acumula desde que o país deixou de honrar seus compromissos com os credores, nos anos 80. Essa dívida somaria 8 bilhões de dólares. Tendo isso em vista, a dívida externa total de Cuba estaria perto da casa dos 16 bilhões de dólares, já que a maior parte da dívida inativa está indexada em moedas diferentes do dólar norte-americano, moedas essas que desde então se valorizaram frente à moeda dos EUA. Cuba não inclui nesse montante a dívida havida com a ex-União Soviética, e a Venezuela substituiu os soviéticos no posto de principal fornecedor de petróleo e de crédito para os cubanos. Hoje, a ilha caribenha importa da Venezuela todos os derivados de petróleo que consome, em um total de 98 mil barris por dia. Ao mesmo tempo, a China aumentou seus créditos comerciais e de desenvolvimento para os cubanos, fazendo com que o comércio bilateral entre os dois países dobrasse no ano passado, para um total de 1,8 bilhão de dólares. Os dados sobre a dívida integram o relatório da Agência Nacional de Estatísticas do país para o ano de 2006, relatório esse disponível no site http://www.one.cu/aec2006/anuariopdf2006/capitulo7/VII.2.pdf. Segundo alguns analistas, apesar da dívida crescente e da moratória, o país melhorou bastante em termos de disposição e capacidade de pagamento. Cuba encontra-se em uma situação financeira melhor do que há alguns anos, disseram.

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