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Cuidar do Brasil que dá certo

Precisamos que a Apex reforce sua liderança e se esforce pela promoção do comércio internacional

Por Juan Quiróz e Luiz F. Furlan
Atualização:

A Apex é como a cavalaria na estratégia militar. É a primeira a avançar para reconhecer o terreno e identificar os alvos, para depois virem a artilharia e a infantaria para atingir os objetivos e ocupar o espaço conquistado.

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Com as constantes mudanças na gestão da Apex-Brasil desde o início do ano, o assunto da promoção comercial brasileira voltou a ganhar relevância no cenário nacional e internacional.

A enorme importância da manutenção de uma agência nacional especializada no fomento à exportação e atração de investimentos estrangeiros para o País nos faz pensar em como este tema pode ter sido deixado à margem dos assuntos prioritários do meio empresarial e do governo.

Em 2003, a agência foi constituída formalmente como um serviço social autônomo com orçamento próprio para exercer suas atividades e atingir seus objetivos.

O primeiro passo foi a estruturação da área de inteligência de mercado. Na época, as exportações estavam em 60 bilhões de dólares e passaram para 160 bilhões de dólares em cinco anos. As reservas brasileiras, que estavam na linha d’água em 2003, atingiram mais de 100 bilhões de dólares em 2007 e continuaram crescendo. O risco país estava, no início de 2003, a 1.500 pontos. Em 2007, caiu para 165 pontos. Boa parte da estabilidade e segurança que a economia brasileira tem hoje é resultado das reservas internacionais e equilíbrio mercantil, frutos das cruzadas capitaneadas pela Apex.

Esta integração com os assuntos econômicos pode ser de grande importância para o estabelecimento de uma nova estratégia nacional. Alguns fatos relevantes merecem destaque. Na semana Brasil em Dubai, 72 empresas participaram vendendo de panelas a software de gestão hospitalar. Estivemos presentes nas semanas de moda em Paris, Londres, Milão e Moscou. Servimos caipirinhas e churrasco nos jardins do Palácio do Eliseu. Mostramos ao mundo a criatividade e a versatilidade das nossas empresas e do nosso povo.

Fizemos negócios. Na Rússia, a rodada contou com 42 empresas, com um intérprete em cada uma das mesas. Na missão à América Central, uma empresária de confecção de moda íntima vendeu tudo, até as quatro malas de amostras que levou. Um produtor rural vendeu 1 milhão de dólares em sementes de capim braquiária. Na volta, ele teve de fazer mutirão com os fazendeiros de Campo Grande para embarcar os pedidos.

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Mais do que compartilhar dados, a agência foi atuante na viabilização e implantação de ferramentas de planejamento estratégico nas empresas e instituições nacionais e estrangeiras com quem manteve relações.

A atuação da agência foi ainda mais longe. Reformulou o programa de extensão industrial exportadora, alcançando o setor de serviços e ganhando o nome de Programa de Qualificação para Exportação, gerando grande visibilidade para o País.

A Apex-Brasil teve seu papel e importância reconhecidos pelo International Trade Centre (ITC), organização pertencente à estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU), ganhando o prêmio de melhor agência de promoção comercial do mundo entre os países em desenvolvimento.

Criamos estruturas de atendimento locais em mercados estratégicos. Centros de Negócios ampliaram o apoio aos exportadores e diluíram os custos de distribuição internacional.

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Tantos movimentos de direcionamento da agência nacional foram amplamente copiados e implantados em agências similares nos Estados e nos municípios. Não poderia ser melhor. Todos na mesma página.

O importante, de fato, é seguir trabalhando para alcançar essa unidade. Proporcionar aos empresários brasileiros e estrangeiros um bom ambiente para os negócios. Precisamos que a Apex-Brasil reforce cada vez mais sua liderança incontestável e direcione os esforços à promoção comercial internacional.

*RESPECTIVAMENTE, EMPRESÁRIO, FOI PRESIDENTE DA APEX-BRASIL ENTRE 2003 E 2007; E EMPRESÁRIO, FOI MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE 2003 E 2007

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