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Cúpula da Opep diz que oferta de petróleo é 'adequada'

Grupo defendeu mais ações para combater a pobreza e expressou apreensão com a mudança climática mundial

Por Reuters
Atualização:

Os chefes de Estado da Opep prometeram fornecer suprimentos de petróleo "adequados, em tempo e suficientes" ao mercado no final de uma reunião de cúpula em Riad mo domingo, mas não mencionaram a baixa do dólar, apesar da insistência de alguns líderes quanto à moeda norte-americana. "Afirmamos nosso compromisso... de continuar a fornecer petróleo para o mercado mundial de modo adequado, no tempo certo e quantia suficiente", diz a declaração divulgada ao fim da cúpula. O ministro do Petróleo saudita, Ali al-Naimi, disse em entrevista a jornalistas: "As flutuações no mercado não tem nada a ver com a Opep", acrescentando que há muitos outros fatores afetando os preços do petróleo. O grupo também defendeu mais ações para combater a pobreza e expressou apreensão com a mudança climática mundial. O apoio da Opep ao combate à mudança climática materializou-se com a oferta de 150 milhões de dólares cada pelo Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Qatar para a pesquisa sobre mudança climática e ambiente. A Arábia Saudita anunciou que doará 300 milhões de dólares. Os outros líderes não fizeram ofertas semelhantes. "Não vamos nos comprometer com nada. Não sabemos qual é a proposta", disse o ministro de Energia da Argélia, Chakib Khelil. O presidente de esquerda do Equador, Rafael Correa, disse a jornalistas no domingo que os países mais ricos do mundo deveriam pagar para a proteção do ambiente nos países mais pobres. Ele propôs uma taxa especial para os países consumidores de petróleo voltada para o financiamento da proteção ambiental, com a Opep supervisionando os gastos. "Incomoda-nos um pouco esse moralismo do primeiro mundo de 'não cortem suas árvores', quando eles já fizeram isso", disse Correa. "Se a Europa quer respirar ar puro de países da Amazônia, então os países da Amazônia não deveriam pagar por isso." Tensões sobre o Irã O presidente venezuelano, Hugo Chávez, advertiu no sábado que os preços do petróleo, em quase 100 dólares o barril, poderiam dobrar caso os Estados Unidos ataquem o Irã por conta de seus polêmicos planos nucleares. "Se os Estados Unidos são loucos o suficiente para atacar o Irã ou cometer agressão contra a Venezuela..., o petróleo não vai ficar em 100 dólares, mas sim em 200 dólares", disse Chávez a chefes de Estado, incluindo o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Com a alta do petróleo, países consumidores vêm pedindo que os países exportadores extraiam mais petróleo, mas os ministros da Opep disseram esta semana que a decisão de aumentar a produção será tomada em uma reunião em Abu Dhabi em 5 de dezembro. Na sexta-feira, a Arábia Saudita pressionou para que a tentativa do Irã e da Venezuela de incluir a questão da baixa do dólar no comunicado oficial da cúpula. Analistas dizem que o monarca saudita, rei Abdullah, um forte aliado dos EUA, estava determinado a manter populistas como Chávez e Ahmadinejad de roubar a cena da cúpula com retórica anti-americana. O líder octogenário sentou-se sem expressão durante o discurso de Chávez, no sábado, e depois fez uma brincadeira com o líder venezuelano: "Você falou bastante!". .

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