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Cúpula de Madri defende melhora do sistema financeiro mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

O sistema financeiro mundial precisa ser melhorado, para evitar que países em desenvolvimento sejam prejudicados. Essa afirmação vai constar da Declaração de Madri, o principal documento a ser aprovado na II Reunião de Cúpula América Latina, Caribe e União Européia, que começa nesta quinta-feira e vai até sábado. O documento terá cerca de 20 parágrafos e conterá um balanço sobre os progressos alcançados até o momento e os próximos passos que os cerca de 50 chefes de Estado se comprometem a seguir, na direção de aprofundar o relacionamento entre as duas regiões. Segundo o embaixador do Brasil junto à União Européia, José Alfredo Graça Lima, o documento expressará o desejo de que a aproximação entre Europa, América Latina e Caribe tenha como resultado uma maior liberalização do comércio. "Quando falamos em liberalização, falamos em todas as áreas, inclusive a agricultura", disse. Do ponto de vista do Brasil, um maior acesso de seus produtos agrícolas ao mercado europeu é um dos principais objetivos dessa negociação. O embaixador acha, porém, que "dificilmente" a questão dos subsídios pagos pelos países europeus a seus agricultores será discutida nesse acordo. Ele afirmou que a aprovação da nova lei agrícola (Farm Bill) pelos Estados Unidos e a conseqüente ampliação dos subsídios naquele país vão reforçar o argumento dos europeus de que essa questão não deve ser tratada entre as duas regiões, mas numa negociação multilateral, dentro das rodadas da Organização Mundial do Comércio (OMC). O texto da Declaração de Madri, que estava sendo negociado nestas quarta-feira, recebeu alguns acréscimos de última hora. Na parte que trata de economia, foi adicionado um parágrafo de apoio à Argentina. No político, foi acrescentado um trecho que condena as violações de direitos humanos que estão sendo cometidos por "grupos ilegais" na Colômbia e os ataques terroristas naquele país. Também haverá um trecho de elogio à iniciativa de Guatemala e Belize de tentar resolver pacificamente sua disputa territorial, e um outro trecho exortando o reforço da democracia no Haiti. Graça Lima também negociava nesta quarta o texto a ser divulgado após a reunião Mercosul - União Européia. Uma das medidas permitirá, na avaliação do embaixador, abrir caminho para a remoção de barreiras não-tarifárias a produtos agrícolas brasileiros impostas pela Europa. O texto da declaração vai lembrar que, recentemente, foi fechado um acordo pelo qual os países do Mercosul podem, isoladamente, negociar com a Europa os acordos sanitário e fitossanitário. "Isso já elimina alguns problemas enfrentados pelos produtos brasileiros", disse. Os acordos ainda precisam ser fechados, e o objetivo é que, no futuro, os textos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai sejam uniformizados.

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