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Cursos ajudam a iniciar carreira no exterior

Internacionalização das empresas brasileiras trouxe novas oportunidades - e preocupações - profissionais

Por Ana Paula Lacerda
Atualização:

Paulo Feferbaum entrou para o circuito internacional da moda e do marketing. Diretor da agência de marketing não convencional Clarity, está fechando acordo para criar lojas temporárias de estilistas em shoppings de Portugal. O projeto, que já deu certo em Barcelona, pode ser trazido também para o Brasil. Feferbaum também realizou recentemente os eventos de moda e cultura Circuit em Buenos Aires e Lisboa, assim como um projeto de marketing de guerrilha para a Nike em Madri. Ali, Feferbaum colocou uma réplica da primeira kombi usada pela empresa para vender calçados para circular pelas ruas da cidade, exibindo a coleção vintage, baseada nos modelos antigos de tênis. A Clarity surgiu há dois anos, em Barcelona. Mas Paulo (e a irmã Paula, que o ajuda na empresa) é brasileiro, e seus negócios são internacionais. O impulso para exterior ocorreu quando se mudou para a Espanha, e pouco tempo depois se inscreveu em um MBA internacional, da IESE Business School. Além de estudar em Barcelona, teve aulas no Vale do Silício e em Xangai. "Aprendi muito e fiz contatos para o resto da vida", diz Feferbaum. A desvantagem, diz ele, é que durante o curso, a vida social foi reduzida a zero. "Mas sem essa experiência, eu não teria as ferramentas para organizar projetos e atender multinacionais em tantos países." A internacionalização acelerada das empresas brasileiras - em 2006, os investimentos no exterior somaram US$ 28 bilhões de dólares - exige que os executivos tenham experiência internacional para galgar degraus mais altos."Hoje, fazer um curso internacional é quase obrigatório. Não ter essa formação é um diferencial negativo", diz o superintendente de educação executiva da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, Paulo Lemos. "Todas as principais escolas brasileiras têm módulos no exterior, assim como muitos cursos internacionais." O número de brasileiros que fazem MBA no exterior cresce a cada ano. "Só na IESE Business School foram 28 este ano, e esperamos mais de 30 em 2008", diz a americana Lisa Bevill, diretora de admissões da IE, em Madri. "Para trabalhar num mundo cada vez menor e mais globalizado, o executivo tem não só de ter visão global dos mercado como também conseguir se adaptar a diferentes culturas e ambientes." Segundo ela, um dos maiores medos dos executivos é ficar de um a dois anos afastado para estudar. "Mas fizemos uma pesquisa que 90% dos alunos se recolocam em até três meses após voltarem para casa", diz. "Existe o risco de se afastar, existe o custo financeiro, mas vale a pena", diz Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, que fez pós-graduação em Nova York. "Quando um colega me pergunta se deve se afastar para estudar fora, eu digo ?vá hoje?. Não há trabalho que pague uma expansão de horizontes como essa." O executivo Paulo Marins, CFO em uma corretora de câmbio na Itália, afirma que cada executivo deve avaliar qual escola e país é mais adequado à sua formação. "Além do curso, uma pergunta importante é ?o que mais pode ser aprendido no dia a dia do país a ser escolhido? Aspectos econômicos, culturais, sociais ou mesmo algum interesse em uma atividade específica pesa na decisão."

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