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Custo Brasil tira competitividade, diz diplomata coreano

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

O embaixador da República da Coreia, Kyonglim Choi, criticou nesta terça-feira as medidas de apoio ao setor industrial adotadas pelo governo brasileiro, como o aumento de IPI para carros importados. De acordo com ele, nenhum governo responsável deixaria sua indústria desprotegida diante da concorrência desleal de outros países, mas no longo prazo é preciso que a indústria busque competitividade por meios próprios. O embaixador destacou que a indústria brasileira sofre com a falta de competitividade em relação a seus parceiros por conta do elevado custo Brasil.Kyonglim fez esta afirmação ao longo de discurso que antecedeu debate do seminário "Oportunidades nas Relações Comerciais do Brasil Frente à Nova Configuração dos Blocos Econômicos Mundiais", realizado na sede da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.O embaixador lembrou que nas relações comerciais entre os dois países existe um desequilíbrio muito grande desfavorável ao Brasil, que exporta apenas commodities para a Coreia, que por sua vez vende só produtos manufaturados para o mercado brasileiro."Esse comércio assimétrico não é muito desejável porque é difícil gerar um crescimento sustentável e acaba gerando muitas medidas protecionistas", lamentou o embaixador coreano.O diplomata sugeriu que o Brasil comece a ver a Ásia como parceira, uma vez que a região recebe hoje 20% dos investimentos mundiais e direciona para fora do continente 15% de todos os investimentos. Além disso, é o mercado mais dinâmico do mundo, gera quase 55% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e nos últimos tempos seus países cresceram em ritmo de 5% a 10% ao ano.De acordo com o embaixador coreano, a tendência para a indústria brasileira, mantido o atual quadro de baixa competitividade, é perder ainda mais terreno porque os países asiáticos estão se unindo em um bloco comercial nos moldes da União Europeia, com a participação de China, Japão, Índia e a própria Coreia, entre outros. Além disso, lembrou o embaixador, os países da região têm cada vez mais assinado acordos bilaterais com vários países e blocos comerciais.

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