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Custo de vida do paulistano sobe após 4 meses de deflação

O Índice do Custo de Vida (ICV) apresentou em agosto alta de 0,32% ante queda de 0,14% em julho

Por Agencia Estado
Atualização:

Após quatro meses consecutivos de deflação, o paulistano voltou a conviver com a inflação em agosto, conforme informou nesta terça-feira o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em agosto, o Índice do Custo de Vida (ICV), medido pela instituição, apresentou alta de 0,32% ante uma queda de 0,14% em julho na cidade de São Paulo. Em abril, maio e junho, o indicador registrou variações negativas de 0,06%, 0,37% e de 0,21%, respectivamente. Em agosto de 2005, o ICV apresentou variação zero. O grupo Alimentação foi o principal responsável pela volta do Índice do Custo de Vida (ICV) ao terreno positivo no mês de agosto. Conforme destacou o Dieese, os alimentos apresentaram alta de 0,85% e contribuíram com 0,21 ponto porcentual de um indicador geral que avançou 0,32% no mês passado, ou seja mais da metade. No período, dentre os subgrupos alimentícios pesquisados pela instituição, o maior aumento foi verificado em Produtos In Natura e Semi-elaborados, com elevação de 1,88% e contribuição de 0,19 ponto no ICV. Neste subgrupo, o Dieese destacou o comportamento de preços das Frutas (10,31%), principalmente limão (78,23%), mamão (51,39%) e manga (28,03%); Legumes (1,75%), principalmente quiabo (15,42%) e chuchu (14,58%); e Carnes, sendo uma alta de 2,66% para as bovinas e uma elevação de 1,42% para a suína. Entre os demais grupos de maior impacto no ICV de agosto, os gastos com Transportes subiram 0,56%. Mesmo com a taxa relativamente pequena, esta elevação teve impacto de 0,10 ponto no cálculo da inflação de agosto. A alta ocorreu, principalmente, no subgrupo Individual (0,68%), conseqüência do aumento no álcool combustível (2,50%). No grupo Saúde (0,37%), o maior aumento ocorreu para o subgrupo da Assistência Médica (0,40%), pressionado por elevações nos preços de exames de laboratório (1,57%), seguros e convênios (0,42%) e consultas médicas (0,29%). Os medicamentos e produtos farmacêuticos (0,22%) praticamente não tiveram alteração de valor. Entre as retrações de destaque, o Dieese mencionou as verificadas em Equipamento Doméstico (-0,30%) e Vestuário (-1,13%). No primeiro caso, houve queda em quase todos os seus itens: rouparia (-0,70%), eletrodomésticos (-0,42%) e utensílios (-0,33%). Já no segundo, deflação nas roupas (-2,22%) e ligeira alta nos calçados (0,45%). Acumulado O ICV acumula alta de 0,91% entre janeiro e agosto de 2006 na capital paulista. No período de 12 meses - de setembro de 2005 ao mês passado - a inflação acumulada subiu 2,80%. Segundo análise do Dieese, a série das taxas de 12 meses pode ser dividida em quatro períodos, conforme o comportamento. No primeiro, entre agosto e outubro de 2005, houve "certa estabilidade" nas taxas acumuladas, que se situaram em patamar médio da ordem de 5,20%. O segundo período, de outubro de 2005 a maio de 2006, caracterizou-se por quedas sistemáticas das taxas, que passaram de 5,37%, em outubro, para 2,47%, em maio. Entre maio e julho deste ano, o Dieese avaliou que a taxa apresentou comportamento estável, com um patamar médio de 2,46%, caracterizando o terceiro período. Em agosto, voltaram a subir, para 2,80%, mas, segundo a instituição, deverá cair nos próximos meses, pois não são esperadas taxas mensais elevadas, como as verificadas em setembro (0,72%) e outubro de 2005 (0,57%). O Dieese informou que a variação de 0,91%, acumulada em 2006, foi resultado, principalmente, da combinação de altas na Educação e Leitura (4,90%), Saúde (3,74%) e Transportes (2,40%). Na outra ponta, houve retrações no Equipamento Doméstico (-3,15%), Vestuário (-2,92%) e Alimentação (-1,78%). Quanto ao período de 12 meses até agosto, os maiores aumentos entre os grupos de despesas que compõem o ICV-Dieese ocorreram em Transportes (7,76%), Educação e Leitura (5,31%) e Saúde (4,52%). As quedas mais expressivas foram apuradas em Equipamento Doméstico (-4,51%) e Vestuário (-3,51%). Alimentação apresentou elevação moderada, de 0,52%.

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