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CUT descarta campanha salarial da Força

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, afirmou nesta quarta-feira que o método usado pela Força Sindical para lançar a campanha salarial de emergência é equivocado e que por isso o movimento não terá a adesão da CUT. "Não é assim que se faz uma campanha salarial, não se pode lançar uma idéia e depois correr atrás de adesões", disse Felício. Segundo ele, a CUT realiza sua própria campanha salarial todo início de ano e a "Força Sindical sabe bem disso". "Qualquer unidade entre as centrais tem que ser negociada antes e a Força não fez isso", afirmou. Para Felício, é "muito difícil" unificar campanhas com a Força Sindical. "Já fizemos isso no passado e provocou muito descontentamento com os métodos da Força", disse ele. "Não descartamos fazer alguma coisa em conjunto no futuro, mas por enquanto vamos conduzir a nossa campanha unificada." No início da tarde, o presidente estadual da CUT, Antônio Carlos Spis, já havia descartado a possibilidade de participar da campanha proposta pela Força Sindical, para reivindicar antecipação salarial para as categorias que tiveram dissídio coletivo no segundo semestre do ano passado e tiveram o reajuste corroído pela alta da inflação nos últimos quatro meses. A proposta da Força já recebeu a adesão da Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e da Central Brasileira de Trabalhadores e Empreendedores (CBTE). De acordo com Spis, as categorias que tiveram dissídio no final do ano passado deverão integrar a campanha unificada da CUT, que reúne as categorias com data-base no primeiro semestre e que deverá ser lançada a partir de março. Spis classificou a Força Sindical como "uma central sindical de negociatas". "A CUT conduz campanhas salariais unificadas de todas as categorias e na campanha salarial do primeiro semestres, que começa agora, podem vir junto as categorias que tiveram corrosão salarial", disse Spis. "Mas vamos separar o joio do trigo. Não temos nenhum interesse em campanha salarial com outras centrais." A CUT foi convidada ontem pelo presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a participar da campanha de emergência "Não temos nenhum interesse em negociar com a Força", afirmou Spis. Tendência Sindicatos ligados à CUT ouvidos hoje pela Agência Estado afirmaram que deverão seguir as deliberações tomadas pela direção da central. "No âmbito dos petroleiros, esta questão da campanha de emergência sequer tem sido debatida e nossa tendência é caminhar junto com as decisões da central", afirmou o coordenador-geral do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, Campinas e Mauá. Os petroleiros tiveram dissídio em setembro. No Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, cujo dissídio também foi realizado em setembro, a demanda principal é pela antecipação da segunda parcela na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A primeira parcela foi paga no final do ano, a segunda deveria ser paga até o final de março e os bancários querem recebê-la em fevereiro. Para Wagner Fajardo, presidente da Federação Nacional dos Metroviários, que reúne todos os sindicatos da categoria do País, não há nenhuma razão para que se deflagre uma campanha de emergência. "A situação não mudou significativamente do que vinha acontecendo nos últimos meses do governo Fernando Henrique Cardoso. Não justifica fazer esta campanha agora, só porque mudou o governo", afirmou ele.

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