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CUT pode abrir mão da campanha salarial se produção crescer

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os trabalhadores podem dar uma trégua nas reivindicações salariais se houver um comprometimento por parte dos empresários de aumento da produção e de vagas. A possibilidade foi admitida pelo presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da Central Única de Trabalhadores (CUT), Heguiberto Navarro, o Guiba. "Em 1992, quando foram implantadas as câmaras setoriais, o governo diminuiu os impostos e as empresas passaram a fabricar produtos mais populares", disse o sindicalista. "Na ocasião, a indústria automobilística aumentou sua produção de pouco mais de 900 mil veículos para 2 milhões de unidades. Portanto houve um ganho e os trabalhadores ficaram um período sem fazer reivindicações". Guiba é o coordenador do encontro desta terça-feira, em São Paulo, entre o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e sindicalistas. "Pretendemos começar a discutir pontos importantes do pacto social. O que for discutido lá e por meio de câmaras poderá ser levado, já em janeiro, para o presidente" disse. Segundo o presidente da CNM, entre os principais pontos da pauta estão as reformas trabalhista, sindical, da Previdência e tributária, além da criação de emprego. Guiba acredita que o encontro será uma forma de unir os trabalhadores, apesar das divergências históricas entre as principais centrais sindicais do País. "Pretendemos fazer esforço para juntar todas as centrais sindicais e lutar por estas propostas, principalmente em relação às reformas trabalhista e sindical, que têm que acontecer de forma mais rápida", afirmou. De acordo com ele, Lula terá ferramentas para conseguir efeitos rápidos para diminuir o desemprego. "Se o BNDES começar a emprestar dinheiro a micro e pequenos empresários vai haver uma geração de empregos", disse. O presidente da CNM espera que ocorram mudanças nas leis trabalhistas, mas não prevê que tudo seja resolvido no curto prazo. "A mudança na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é urgente. A CLT é uma lei que está aí e não pode ser rasgada porque garante direitos ao trabalhador até que outra seja formulada", disse. Um dos itens que precisa ser modificado, por exemplo, é a intervenção do Estado para avaliar se a greve é abusiva ou ilegal. "Isso é um direito dos trabalhadores e eles devem discutir seus problemas de conflito diretamente com os sindicatos patronais, mas não sei se vamos fazer a mudança em tempo curto", disse.

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