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CUT tenta acordo para manter salário em microindústria

Por Anne Warth
Atualização:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) anuncia na próxima semana um acordo de manutenção de empregos e salários com outro setor industrial: o das micro e pequenas indústrias. A Agência Estado apurou que a CUT sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de um plano de renegociação das dívidas das micro e pequenas empresas do setor industrial junto aos bancos públicos e privados. O foco está, principalmente, nas dívidas tributárias, e o objetivo é evitar a inadimplência e oferecer a contrapartida da manutenção dos empregos. A central sindical também já solicitou ao governo federal o aumento do acesso da pequena indústria aos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de linhas com juros menores e prazos mais longos. A avaliação da pequena indústria é a de que a única linha que tem funcionado bem para o segmento, embora com volume e impacto limitados, é o Cartão BNDES. Nas últimas semanas, dirigentes da CUT e do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) se reuniram para elaborar a proposta, que ainda precisa do sinal verde do governo federal. O objetivo é se opor à ideia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Força Sindical, que prevê a redução da jornada de trabalho em 25% e dos salários em 15%. CUT e Simpi avaliam que a diminuição dos salários impacta diretamente o poder de compra dos trabalhadores e, consequentemente, no crescimento econômico. O Simpi representa cerca de 200 mil empresas e emprega 1 milhão de trabalhadores. Pesquisa do sindicato realizada entre os dias 12 e 15 de janeiro já mostrou que cada empresa do setor demitiu em média 2,5 trabalhadores no último trimestre do ano e ainda pretende dispensar 3 empregados nos próximos meses em função dos impactos da crise financeira internacional. O levantamento mostrou que 24,5% dos micro e pequenos empresários consultados apontaram como a maior dificuldade a ser enfrentada em 2009 a incerteza no mercado, seguida pela falta de crédito (21,2%), queda nas vendas (18,9%) e carga tributária (16,1%).

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