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CVM abre inquérito para apurar vazamento em oferta do BB

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu inquérito para apurar denúncias de uso de informação privilegiada pelo mercado financeiro dias antes do anúncio da oferta de ações do Banco do Brasil.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu inquérito para apurar denúncias de uso de informação privilegiada pelo mercado financeiro dias antes do anúncio da oferta de ações do Banco do Brasil. A decisão foi tomada após uma investigação de seis meses, que apontou indícios de irregularidades no processo. Hoje, o presidente da CVM, Luiz Leonardo Cantidiano, admitiu que a apuração inicial não foi suficiente para afastar a "possibilidade de ter havido algo de errado." A oferta pelos papéis do banco está programada para acontecer ainda este ano pelo governo. A investigação preliminar da CVM estudou a forte alta no preço das ações ordinárias da instituição nos primeiros 10 dias de abril. Os papéis do Banco do Brasil subiram cerca de 18,8%, muito acima do ganho de 1,22% obtido pelo Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) no mesmo período. A disparada dos papéis da instituição ocorreu dias antes do anúncio oficial da entrada do BB no Novo Mercado da Bovespa. Na época, as denúncias levaram o ministro da Fazenda, Pedro Malan, a solicitar à CVM que desse prioridade nessa investigação. Cantidiano informou que a comissão formada para analisar o inquérito tem de 90 a 120 dias para apresentar um relatório sobre o caso. O presidente da CVM informou que a oferta não será prejudicada caso seja constatada a existência de irregularidade na oferta, prevista para acontecer ainda este ano, após a conclusão do segundo turno das eleições presidenciais. "Se ficar comprovado que houve vazamento de informações lá atrás haverá punição, mas em nada afeta a operação em andamento", disse. Oferta O governo ainda não fixou uma data para o leilão das ações do BB com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas a operação deverá ser concretizada até o final do ano, mesmo que a bolsa de valores não reaja nos próximos meses. Segundo um técnico que acompanha de perto a operação, a intenção do governo com essa venda não é tanto a de arrecadar recursos para o Tesouro Nacional, mas sim "blindar" a instituição financeira contra eventuais usos políticos pela próxima administração. A oferta pública complementa outras medidas já adotadas na mesma direção, que incluem a mudança do estatuto e a adaptação das normas contábeis do BB ao padrão norte americano (USGAPP). Com a oferta pública e o início das negociações no Novo Mercado da Bovespa, o banco fica sujeito a normas mais rígidas e a uma maior fiscalização.

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