
22 de agosto de 2012 | 03h09
Para o colegiado da CVM, apesar dos indícios de irregularidades, não foi possível comprovar a culpa de investidores e gestores. Eles alegaram ter se baseado em relatórios de corretoras como Ágora e Socopa para investir na companhia. Na época, o setor petroquímico passava por uma consolidação de ativos e seus papéis eram apontados por analistas como uma boa aposta.
A tese da acusação conduzida pela CVM era de que eles operaram a partir de informações relevantes não divulgadas ao mercado. A proximidade entre as famílias controladoras dos grupos Suzano e Prosper foi apontada como possível fonte de vazamento das tratativas entre o grupo e a Petrobrás. A "corrida" dos investidores pelo papel entre 11 de julho e 3 de agosto de 2007, quando a compra foi anunciada, também foi citada. Além disso, a corretora Prosper foi a principal intermediária de compras de ações da Suzano no período.
Padrão de investimento. Embora tenha considerado todos os pontos levantados como relevantes indicações de "insider", a diretoria da CVM votou pela absolvição dos envolvidos. O colegiado considerou plausível o argumento de que os clubes, fundos e gestores ligados ao grupo Prosper discutiam em conjunto estratégias de investimento. Outro ponto crucial para a absolvição foi a demonstração de que os acusados não mudaram seu padrão de investimento.
O julgamento do caso ocorreu cinco anos após o início das investigações pela CVM, que identificou um aumento abrupto da compra de ações da Suzano Petroquímica às vésperas da divulgação de fato relevante sobre o negócio com a Petrobrás. A cotação das ações da Suzano chegou a subir 57,5% após o anúncio da venda do controle da empresa.
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