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CVM examinará mercado e pode impor restrições, se necessário

Segundo presidente, até mesmo instituições não exportadores fizeram operações com exposição ao câmbio

Por Ana Paula Ribeiro e da Agência Estado
Atualização:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá avaliar o mercado e, se necessário, imporá restrições e exigências às operações que exigem maior risco, disse nesta segunda-feira, 20, a presidente da autarquia, Maria Helena Santana. "A gente vai, diante do quadro, avaliar as medidas vigentes. Ver se são suficientes e, se necessário, reforçá-las", afirmou.   Veja também: Dólar alto prejudica balanço das empresas de papel do País Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise    Maria Helena lembrou que até instituições não exportadoras chegaram a realizar operações com exposição ao risco cambial e que isso foi fruto da concorrência no mercado de capitais e do "desejo de expandir participação no mercado". A presidente da CVM considera, no entanto, que não há motivos para impor às empresas a regras de adequação a investimento de acordo com o perfil de risco, já que espera-se que cada uma delas tenham o seu controle próprio.   Ela afirmou que colocará em audiência pública, ainda nesta semana, a norma que irá regulamentar a demonstração de instrumentos financeiros, incluindo derivativos, nas notas explicativas dos balanços de companhias abertas.   A discussão dessa regra será feita em parceria com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e está dentro do cronograma de convergência para o padrão internacional de contabilidade, conhecido como IFRS. É por essa razão que a deliberação nº 550 da autarquia, que completa a instrução nº 235/95, exige informações mais abrangentes e detalhadas sobre os instrumentos financeiros derivativos detidos pelas companhias abertas apenas no que se refere aos demonstrativos no terceiro trimestre. "Essa é uma norma transitória e antecipa em parte o que a CVM passará a exigir a partir do final do ano", disse Maria Helena.   Sobre a prática de venda descoberta de ações, a presidente da CVM não vê, no momento, a necessidade de alterar as regras. Isso porque a autarquia não viu uma relação entre o aumento de aluguel desses papéis e a queda nos preços ocorridos desde junho. "Na verdade, o aluguel de ações caiu e não há evidências para pedir o bloqueio dessa prática", afirmou.

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