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CVM inabilita por cinco anos administradores da Sadia

Eles foram acusados de uso de informações privilegiadas na época em que Perdigão sofreu oferta de compra

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu nesta terça-feira, 26, condenar dois ex-administradores da Sadia, acusados de uso de informações privilegiadas com ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) da Perdigão na época em que a companhia sofria uma oferta hostil pela sua concorrente Sadia. A autarquia inabilitou o ex-diretor de Financeiro e de Relações com Investidores da Sadia Luiz Gonzaga Murat e o ex-membro do conselho de administração da companhia Romano Ancelmo Fontana Filho de ocuparem cargos de administradores ou conselheiros em companhias abertas por cinco anos. Os acusados foram penalizados por falha em seu dever de lealdade à companhia, que determina que os executivos guardem sigilo sobre informações ainda não divulgadas ao mercado e obtidas por força de seu cargo. Entenda o caso   No início de 2007, Murat e o ex-funcionário do ABN Amro Real Alexandre Ponzio de Azevedo fizeram um acordo com a SEC para encerrar o caso. Os dois não admitiram conduta ilegal, mas aceitaram pagar multas e ter suspenso suas atividades em companhias abertas e no mercado financeiro por até cinco anos. As investigações começaram com a reunião de 7 de abril entre executivos de um banco de investimento, Murat e o presidente do conselho, Walter Fontana. No encontro foi recomendado que a Sadia fizesse uma oferta pela Perdigão. No mesmo dia, Murat comprou 5.100 ADRs da Perdigão por US$ 354,3 mil. Em 21 de junho, a companhia recebeu garantias de um empréstimo-ponte do ABN Amro para financiar a aquisição. Pouco mais de uma semana depois, no dia 29, Murat comprou mais 30.600 ADRs da Perdigão, por US$ 589,7 mil. O negócio foi aprovado pelo conselho no dia 13 de julho e anunciado no domingo, dia 16. As ações da empresa subiram 21% na segunda-feira, mas a Perdigão rejeitou a oferta. Na quinta à noite, a Sadia elevou o preço, mas sofreu nova recusa antes da abertura dos mercados no dia seguinte. Calcula-se que o executivo tenha ganho com a compra e venda dos papéis na época cerca de US$ 180,4 mil.

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