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CVM investiga ex-conselheiros da Petrobrás por induzir investidor a erro

Entre os alvos da investigação estão Guido Mantega, Miriam Belchior, Luciano Coutinho e Marcio Zimmermann

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 12h20

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SÃO PAULO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo sancionador contra ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobrás e um conselheiro atual, para averiguar se induziram investidores da companhia a erro por terem aprovado medidas que inviabilizavam o plano de negócios da estatal.

São alvos da investigação o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, a ex-ministra do Planejamento e atual presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o ex-secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia e atual presidente da Eletrosul, Marcio Zimmermann.

Além deles, são investigados também Sérgio Quintella, Jorge Gerdau e José Maria Ferreira Rangel e Francisco Roberto de Albuquerque.

Segundo o órgão regulador do mercado de capitais, o processo visa a apurar a responsabilidade dos investigados na suposta indução dos investidores a erro. Ao aprovarem o Plano de Negócios 2014-18, eles também teriam concordado com uma política de controle de preços de combustíveis do governo que inviabilizava o cumprimento das metas.

Dos investigados, apenas o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, segue no Conselho da Petrobrás, que foi renovado recentemente.

Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e presidente do BNDES, Luciano Coutinho, são alvos da investigação Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Renovação. Na semana passada, a Petrobrás confirmou a eleição de Murilo Ferreira, atual presidente da mineradora Vale, como presidente de seu conselho de administração. Além de Ferreira, foram reeleitos como conselheiros o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e Luiz Navarro. Todos já integravam o colegiado. Os novos integrantes são os economistas Luiz Nelson Guedes de Carvalho e Roberto Castelo Branco, e o engenheiro Segen Faria Stefan, professor da Coppe, programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ.

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Carvalho é doutor em controladoria e contabilidade pela USP e, atualmente, é professor e integra a diretoria da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Já Castello Branco foi diretor do Banco Central (BC) e da Vale. Hoje, atua no Centro de estudos e Desenvolvimento e Crescimento da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O governo já havia indicado que pretendia conferir aspecto mais técnico ao conselho, após os questionamentos de acionistas e órgãos de controle sobre as indicações políticas para os cargos e suas decisões polêmicas, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. À época, o órgão era comandado pela presidente Dilma Rousseff.

Recuperação. Nos cinco meses em que ficou sem balanço auditado, as ações da Petrobrás viveram numa montanha-russa. O resultado foi uma variação de até 40% no valor de mercado. Recentemente, a empresa recuperou parte do valor em Bolsa, mas, além do balanço, divulgado há duas semanas, a estatal precisará apresentar consistência nas estratégias e dados financeiros para se reerguer.

As ações ordinárias da estatal, que dão direito a voto, registram alta de 64% em 2015, já perto de se recuperar das fortes perdas nos últimos 12 meses, que acumulam queda de quase 4%. As ações preferenciais da companhia, por sua vez, têm alta de 44% neste ano, mas ainda acumulam desvalorização de 17% nos últimos 12 meses.(Com informações da Reuters)

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