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CVM: pequeno investidor participa mais de Bolsa

Presidente da CVM afirma que, apesar da queda no volume de negócios na Bolsa, o pequeno investidor está participando mais desse mercado. Deputado apresenta projeto para que trabalhador possa utilizar seu FGTS na compra de ações da empresa em que trabalha.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Luiz Cantidiano, disse na abertura do XIII Congresso Nacional de Executivos de Finanças que existe um gradual interesse dos investidores pessoas físicas pelas Bolsas de Valores. Ele observou que 37 corretoras que operam na Internet triplicaram o número de negócios de 1994 até hoje. A participação do home broker (sistema eletrônico de negociação) passou de 11% em julho de 2000 para 18% atualmente. O volume total de negócios na Bolsa declinou, mas o número de negócios realizado por pessoas físicas aumentou. Ele observa que o interesse demonstrado pelos investidores fez com que o Comitê do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liberasse a possibilidade de se utilizar até R$ 500 milhões para converter recursos em ações do Banco do Brasil até o final do ano. Ele diz que algumas companhias - como a Marcopolo - têm favorecido a popularização do mercado com oferta de ações. A Marcopolo permitiu compra de suas ações a partir de R$ 1 mil. Investidores individuais demonstraram interesse também em participar do lançamento de debêntures da Petrobrás. FGTS Durante o evento, o deputado federal Emerson Kapaz (Frente Trabalhista) apresentou projeto que permitirá o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de ações negociadas na Bolsa Valores de São Paulo (Bovespa). O projeto prevê que os trabalhadores poderão usar o FGTS para comprar ações de empresas em que trabalhem. Para isso, as companhias precisarão abrir o capital. O deputado disse que o estímulo para a abertura de capital deve ocorrer por meio da reforma tributária e da queda nas taxas de juros. Kapaz - que foi relator do projeto de Lei das Sociedades Anônimas - afirmou que preferia que o projeto fosse mais ousado, mas que há uma resistência cultural dos empresários em abrir mão de participação nas empresas. Ele observa no entanto que as companhias que estão adotando práticas adequadas de governança corporativa têm tido resultados satisfatórios. O presidente da CVM disse que se 2% do saldo de R$ 100 bilhões do FGTS for investido em companhias abertas o mercado de capitais será favorecido. Cantidiano é favorável ao estímulo à compra de ações por parte das pessoas físicas em escolha direta com orientação de analistas e corretoras, em vez das aplicações em fundos de ações.

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