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Cybelar compra 65 lojas da Colombo

Comércio. Rede varejista com sede em Tietê, no interior paulista, amplia seu tamanho em quase 70% com a aquisição das unidades da companhia gaúcha em São Paulo e em Minas; a Colombo vai agora se concentrar em seus negócios nos Estados da região Sul

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara
Atualização:

Numa tacada só, a rede paulista Cybelar, com sede em Tietê (SP), ampliou em quase 70% o seu tamanho, ao anunciar a compra de 65 lojas da gaúcha Lojas Colombo, das quais 62 unidades localizadas no interior do Estado de São Paulo e três no Sul de Minas, além de um centro de distribuição na cidade de Sumaré (SP).O negócio, cujo valor não foi revelado, cai feito uma luva para as duas empresas, segundo consultores de varejo. A Colombo se livra da baixa rentabilidade das lojas paulistas e concentra-se nos Estados do Sul, onde lidera a venda de móveis e eletroeletrônicos. A Cybelar, por sua vez, dá um salto no mercado com maior potencial de consumo do País.As empresas, ambas familiares e fundadas nos anos 1950, informam em comunicado que as negociações foram feitas à moda antiga: conduzidas diretamente pelos donos Adelino Colombo, da Lojas Colombo, e Ubirajara Pasquotto, da Cybelar. O controle da operação paulista da Colombo, no entanto, passará para a Cybelar somente após a aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O negócio surpreendeu fornecedores e concorrentes, mas não os consultores de varejo. "No varejo, é preciso reinventar a roda todo dia", diz Eugênio Foganhalo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial. Foi o problema de falta de dinamismo que, segundo ele, teria levado a Colombo a se desfazer da operação paulista, iniciada em 1997."A atuação da Colombo no interior de São Paulo era acanhada, porque a empresa não tinha muita tradição na região e enfrentava uma concorrência muito forte de empresas locais", diz o consultor. Além disso, atuar em cinco Estados diferentes - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais - é tarefa difícil, avalia. "É como se fosse operar duas empresas diferentes. Por isso, acho que a venda dessas lojas foi uma saída natural para a questão."Em 2011, a Lojas Colombo faturou R$ 1,38 bilhão, R$ 50 milhões a menos do que em 2010. O prejuízo líquido em 2011 foi de R$ 48,752 milhões, aponta o balanço.Com a venda do braço paulista, a companhia diz, no comunicado, que pretende investir nas lojas do Sul, onde serão lançadas novas linhas de negócio. A união da Máquina de Vendas com a rede Salfer, de Santa Catarina, pode ter apressado a decisão da Colombo de se concentrar nas lojas da região, dizem analistas,Novo Magazine Luiza. Não é de hoje que circulam no mercado informações sobre uma possível venda, integral ou parcial, da Lojas Colombo. De acordo com analistas, a empresa enfrenta problemas com a falta de sucessão. O fundador, Adelino Colombo, 81 anos, fez várias tentativas frustradas de profissionalização da rede. A venda seria, portanto, uma das alternativas para perpetuar o negócio.Já em relação à Cybelar, não há uma avaliação consensual. Foganholo acredita que, com esse negócio, a rede dá um passo para repetir a trajetória do Magazine Luiza, que, de Franca (SP), se tornou uma das maiores redes do País. Outros consideram a aquisição arriscada e difícil de ser "digerida" pela Cybelar.

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