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Cyrela vê maior fatia de segmento econômico no negócio

Por STELLA FONTES E CESAR BIANCONI
Atualização:

A Cyrela anunciou nesta sexta-feira projeções para vendas, lançamentos e margens em 2009 e 2010 que sinalizam para a crescente participação do segmento econômico nos negócios da companhia. De acordo com a Cyrela, a participação da Living, braço da maior incorporadora do país para o segmento imobiliário econômico, nas vendas totais deverá ficar entre 30 e 35 por cento neste ano e subir para 40 a até 50 por cento em 2010. "A Living tem mostrado em agosto de 2009 vendas mais quentes do que no período pré-crise, como julho de 2008", disse o presidente e controlador da Cyrela, Elie Horn, em teleconferência com analistas. A expansão das vendas da empresa controlada vem na esteira, principalmente, do lançamento do programa "Minha Casa, Minha Vida", que prevê 34 bilhões de reais para a construção de 1 milhão de moradias. Em 2009, dois terços dos lançamentos da Living deverão se enquadrar no programa. Para este ano, a empresa prevê lançamentos entre 4,6 bilhões e 5,1 bilhões de reais, com projeção de vendas nesse mesmo intervalo. Para 2010, a expectativa é de lançamentos de 6,9 bilhões a 7,1 bilhões, com crescimento de 50 por cento e vendas entre 6,2 bilhões e 6,9 bilhões de reais, uma alta de 35 por cento. A parcela da companhia nesses empreendimentos nos dois anos, no conjunto, é de 70 a 75 por cento no caso de lançamentos e de 73 a 77 por cento nas vendas. Conforme a Cyrela, a melhora do cenário econômico possibilitou a retomada da prática de fornecer orientações sobre resultados. "As vendas melhoraram, principalmente a partir de abril, diante dos patamares atuais de inflação e dos juros, que são os mais baixos dos últimos 50 anos", afirmou Horn. A construtora informou ainda que projeta para o atual exercício margem bruta global entre 35 e 39 por cento, margem Ebitda global entre 21 e 25 por cento e margem líquida global entre 14 e 16 por cento. MARGENS MELHORES NA LIVING Segundo o diretor-geral da Living, Antonio Guedes, as margens da empresa, cujo segmento de atuação embute rentabilidade inferior, têm sido melhores do que o esperado. Dessa forma, não devem pressionar o indicador global de rentabilidade da empresa à medida que cresce a participação do segmento econômico nas vendas totais. Além das estimativas, a Cyrela informou ainda que pretende fechar neste terceiro trimestre captação de 350 milhões de reais, sem fornecer mais detalhes sobre a operação. Questionado sobre a capacidade financeira da empresa para fazer frente aos lançamentos estimados para este ano e 2010, o diretor financeiro e de Relações com Investidores da construtora, Luis Largman, afirmou que a empresa, antes da crise, projetava crescimento da mesma magnitude, de forma que sua estrutura é adequada. "Temos essa captação de 350 milhões de reais que ocorrerá no terceiro trimestre e eventualmente podemos fazer alguma outra operação nessa linha", comentou. A Cyrela anunciou na madrugada desta sexta-feira que teve lucro líquido de 157,07 milhões de reais no segundo trimestre, acima dos 94,03 milhões de reais registrados um ano antes. O Ebitda da empresa de abril a junho foi de 209,4 milhões de reais, contra 152,86 milhões em igual período do ano passado. As vendas contratadas da companhia no trimestre ficaram 839,8 milhões de reais, 63,9 por cento abaixo do verificado no mesmo intervalo de 2008, porém 67,4 por cento superior ao registrado nos três primeiros meses do ano. Analistas consultados pela Reuters esperavam, em média, lucro líquido de 118,7 milhões de reais para o segundo trimestre da Cyrela. As ações da companhia caíam 3,66 por cento às 12h26, ante queda de 1,54 por cento do Ibovespa.

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