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Dado chinês anima, puxa ações da Vale e Bolsa avança 2,96%

Por Claudia Violante
Atualização:

Cenário: ABovespa foi só alegria ontem, com um desempenho bem superior ao exibido pelas bolsas internacionais, que também tiveram um dia positivo face a expectativa de um plano de resgate para resolver a crise na zona do euro. Além do pano de fundo externo mais amigável, a alta de 2,96%, para 56.891,9 pontos, foi patrocinada por Vale e pelas siderúrgicas. Os investidores correram para comprar papéis de exportadores de matérias-primas brasileiras depois de a China ter anunciado expansão da atividade manufatureira em outubro pela primeira vez desde julho, aliviando o receio de desaceleração brusca no gigante asiático. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) HSBC preliminar de outubro subiu para 51,1, ante 49,9 em setembro na China. A China é o principal comprador de matérias-primas do mundo e um dos principais clientes da Vale. Nos últimos dias, os papéis da mineradora brasileira operaram pressionados pelas notícias de queda do preço do minério de ferro, de mudanças no sistema trimestral de precificação e também de que as siderúrgicas chinesas estariam pedindo descontos nos contratos. As ações da Vale concentraram 25% do volume negociado na Bolsa. A ON teve ganho de 5,92% e a PNA, 5,94%. Entre as siderúrgicas, CSN ON registrou ganho de 6,33%, Metalúrgica Gerdau PN, +5,06%, Gerdau PN, +4,07% e Usiminas PNA, +4,44%. A alta dos preços do petróleo ajudou as ações da Petrobrás, que tiveram ganhos acima de 2%. Nos EUA, o índice Dow Jones avançou 0,89%, o S&P 500 teve alta de 1,29% e o Nasdaq, de 2,35%, reagindo adicionalmente aos balanços e ao noticiário corporativo. A confiança de que os líderes europeus vão anunciar nesta quarta-feira, durante reunião de cúpula da União Europeia, um amplo plano para solucionar a crise dos países da região fortificou o euro e enfraqueceu o dólar e, por tabela, impulsionando as commodities. O dólar à vista fechou com queda de 1,52%, a R$ 1,7530, mas acompanhado de giro financeiro pequeno. Os investidores em juros futuros não se deixaram levar apenas pela melhora dos mercados externos e concentraram suas atenções nos dados de inflação corrente, que indicaram desaceleração, e na pequena melhora de expectativas trazida ontem pelo Boletim Focus do Banco Central. Assim, os contratos curtos e intermediários tiveram pequena devolução de prêmios, enquanto a parte longa da curva a termo mostrou as taxas perto do ajuste de sexta-feira, com leve viés de alta.

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