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Dados da dívida pública são melhores em janeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Os principais dados sobre a dívida pública de janeiro são melhores do que os de dezembro, segundo dados apresentados hoje pelo secretário-adjunto do Tesouro encarregado pela área da dívida pública, José Antônio Gragnani. Enquanto em dezembro o Tesouro não conseguiu rolar integralmente a dívida que vencia e precisou resgatar R$ 8,5 bilhões em papéis, em janeiro foi possível não só rolar toda a dívida, como também captar recursos novos no valor de R$ 8 bilhões. O prazo médio dos papéis mais que dobrou: de 7 meses para 15 meses. O Tesouro voltou a emitir papéis com vencimento em 18 meses. Finalmente, o deságio exigido pelo mercado para adquirir os títulos caiu. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, considerou esses os primeiros resultados da estratégia contida no Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública, divulgado hoje. "É um primeiro indicativo do que está por trás do Plano", comentou. O próprio secretário lembrou, porém, que o bom desempenho de janeiro é explicado, em parte, pelo fato de a administração anterior haver programado poucos vencimentos de papéis para o primeiro trimestre do ano. A equipe do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan reduziu o volume de vencimentos de janeiro a março para mais ou menos um terço do que seria o montante "normal", justamente para dar fôlego ao novo governo. Se o ambiente ainda estivesse turbulento neste início de 2003, o baixo volume de vencimentos daria tranqüilidade à nova equipe econômica. Como o quadro é positivo, o primeiro trimestre será uma boa oportunidade para o novo governo fazer caixa e engordar o "colchão de liquidez" da dívida, que está em R$ 50,825 bilhões. O novo governo está sendo ajudado, também, pela volta dos investidores aos fundos. A mudança nas regras de contabilização dos ganhos dos fundos de investimento, em meados do ano passado, provocou uma onda de saques que agravou as dificuldades enfrentadas pelo governo em vender títulos públicos em 2002. "A sangria dos fundos parou em dezembro e agora os investimentos estão voltando", disse o secretário. Em janeiro, os fundos captaram R$ 10 bilhões. Outro indicador positivo, segundo Levy, é o crescimento do número de pessoas físicas que estão adquirindo títulos do governo federal pelo sistema Tesouro Direto, que vende os papéis pela Internet (www.stn.fazenda.gov.br). Atualmente, os clientes cadastrados somam 5.620 e o objetivo é tornar o produto mais popular. "Isso demonstra uma confiança crescente nos valores mobiliários emitidos pelo Tesouro Nacional", comentou Levy.

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