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Dados da produção industrial são destaques da semana

Por FRANCISCO CARLOS DE ASSIS E FLAVIO LEONEL
Atualização:

Após um período em que os olhos dos analistas do mercado estiveram voltados para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) e para as avaliações do Banco Central expressas no Relatório Trimestral de Inflação, as atenções na próxima semana devem recair sobre os dados da produção industrial de fevereiro. Os dados, que demonstrarão o quanto que o setor produziu no mês passado, serão anunciados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números relacionados à atividade fabril ganham mais relevância especialmente porque, como indicadores antecedentes do desempenho da atividade econômica como um todo, eles ajudam a compor o par de variáveis sobre os quais a autoridade monetária tem olhado com mais cuidado e instado o mercado a também fazer o mesmo: inflação e o descompasso entre a oferta e a demanda. Analistas entendem que qualquer uma destas variáveis está no seu limite. Ou seja, qualquer solavanco em uma delas, por menor que seja, pode acionar o dispositivo de alta da Selic. Para os analistas, o Relatório de Inflação divulgado na semana passada deixou isso muito claro. Tanto que o número de economistas no mercado que espera um aumento de juros já na reunião do Copom em abril se elevou. No mínimo, eles já falam que a Selic vai subir 0,25 ponto porcentual, para 11,50%. Em janeiro, a Produção Industrial avançou 1,80% sobre dezembro, quando foi registrada uma queda de 0,60% relativamente a novembro. Sobre janeiro de 2007, o IBGE apurou um crescimento de 8,50%. Ainda na terça-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) vai informar a inflação fechada de março apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Este indicador, na sua terceira parcial, subiu 0,23% ante 0,14% no levantamento anterior. Esta aceleração, segundo justificou o coordenador do índice, Paulo Picchetti, foi provocada sobretudo pela retomada da alta pelo grupo Alimentação. Para o coordenador, o IPC-S deverá entregar em março uma inflação de 0,25% a 0,30%. No mês anterior, o IPC-S fechou mostrando taxa zero de inflação. No mesmo dia da produção industrial e do IPC-S, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trará a público o saldo da balança comercial de março. Na terceira semana deste mês, quando a diferença entre as importações e as exportações brasileiras foi um superávit de US$ 187 milhões, o saldo acumulado no mês era de US$ 555 milhões. No mês passado, a balança reuniu um superávit de US$ 882 milhões. Para igualar este valor, a balança terá que ter tido um superávit de US$ 327 milhões na quarta semana de março. Amanhã, o Banco Central divulgará o resultado fiscal primário do setor público consolidado de fevereiro. Este indicador contempla o desempenho fiscal do Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)) mais os dados das estatais federais e Estados e municípios. Em janeiro, o superávit primário foi de R$ 18,662 bilhões. Também amanhã, a partir das 8h30, o BC divulgará a Pesquisa Focus, documento que traz as medianas das expectativas dos analistas de quase uma centena de instituições financeiras para os indicadores econômicos. Na quinta-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Economias (Fipe), divulgará a inflação fechada de março. Em fevereiro, este indicador fechou em 0,19%. Para o coordenador do índice, Márcio Nakane, o IPC de março deverá fechar em 0,26%. Este aumento na expectativa do coordenador foi motivado pela alta dos preços do alimentos, especialmente dos in natura. Na terceira quadrissemana de março, segundo apuração da Fipe, o grupo Alimentação apresentou queda de 0,03%, ante recuo de 0,13% do levantamento anterior. No período, os preços dos in natura passaram de uma queda de 0,27% para uma alta de 1,08%.

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