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Darcy aponta concorrência e compulsório para queda do juro

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Banco Central (BC), Sérgio Darcy, disse hoje em entrevista coletiva após participar de reunião reservada na Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que o spread (diferença entre a taxa de captação de recursos junto aos investidores e os juros cobrados nos empréstimos) cairá com o aumento da concorrência bancária. Ele disse que o BC está estimulando, por exemplo, o microcrédito e as cooperativas para ampliar essa concorrência. Outra medida destacada por Darcy é a possibilidade de redução do compulsório ? parcela dos depósitos recolhida pelos bancos ao Banco Central. Ele disse que, em breve, a diretoria colegiada do BC pretende analisar esta medida. Segundo ele, não se trata de uma decisão para "amanhã", mas "estamos verificando o melhor momento para essa queda". O presidente da ABBC, André Jafferian Neto, disse que o compulsório de 60% sobre depósito à vista no País é elevado e contribui para menor oferta e maior custo do crédito. Segundo ele, a questão do compulsório foi discutida entre os representantes dos bancos e a diretoria do Banco Central em São Paulo. Jafferian Neto afirmou, ainda, que foi solicitada a redução no custo de "observância". De acordo com ele, os bancos têm elevado as despesas com o envio para o BC de um lote de informações "muitas vezes em duplicidade." O diretor da instituição, Sérgio Darcy, completou que esse assunto será analisado pela diretoria do BC. Outras medidas Darcy destacou também a possibilidade de redução dos documentos exigidos das instituições financeiras. Segundo ele, o objetivo não é afrouxar o controle sobre os bancos, mas diminuir a duplicidade das informações prestadas. "O governo está trabalhando em todos os campos possíveis para reduzir o spread bancário". O diretor do BC afirmou ainda que são importantes para a queda das taxas a aprovação da nova Lei de Falências, a diminuição da inadimplência e a participação de pequenas e médias instituições na concessão de crédito. "O que é preciso agora é que o Congresso transforme propostas em leis, para dar mais segurança para o sistema trabalhar." O diretor do BC afirmou ainda que o governo espera um crescimento econômico a partir do próximo ano, o que deve ativar o crédito. Limitar spread está descartado Darcy descartou a possibilidade de o governo vir a limitar o spread cobrado pelas instituições financeiras. "A experiência mostrou que isso não dá certo. Não vejo como trabalhar com limites." Em entrevista na sede da ABBC, Darcy disse que o objetivo do BC é levar crédito à população e que essa meta está "cavada" com a das instituições financeiras, que querem emprestar e crescer.

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