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Dauster prega redução de 0,5% na taxa Selic

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador aposentado, ex-presidente da Companhia Vale do Rio Doce e atualmente consultor, economista Jório Dauster, considera que o tremor que abalou os mercados financeiros internacionais nos últimos dias não deve deixar o Banco Central na defensiva. Em entrevista ao Conta Corrente, da Globo News, ele pregou uma redução de 0,5% na taxa Selic, na reunião da próxima quarta-feira do Copom, como uma demonstração de que os fundamentos macroeconômicos brasileiros são favoráveis e que as correções nas carteiras de títulos e ações já foram feitas pelos investidores do mundo inteiro. Se não optar por uma redução na taxa de juros, Dauster teme que o Banco Central esteja passando um recado de que não tem condições de resolver o problema da dívida interna. Ao contrário, mantida a taxa atual, a relação dívida-PIB vai piorar, acrescida à desvalorização recente do real frente ao dólar. "Com esses fatores todos, de repente, você cai numa esparrela e tem de pagar juros maiores para poder colocar seus papéis." Segundo o economista, se o BC cair na "esparrela", o País pode voltar ao conhecido processo de elevação dos juros, cujos resultados são por demais conhecidos. Sinal positivo Dauster elogiou a decisão do BC de resgatar anteontem a dívida de 2,5 bilhões de dólares em papéis indexados ao dólar, que classificou de importante e corajosa. "Eu espero que essa mesma coragem seja demonstrada na quarta-feira, com uma redução de 0,5% na taxa de juros. Todo mundo fala no famoso 0,25%, mas quem sabe agora é a hora de o Banco Central acreditar que os fundamentos são bons e que não há, como disse a ministra Dilma Roussef, a menor chance de internar os aumentos nos preços do petróleo imediatamente." E reafirmou: "Acho que este é o momento de o Banco Central dar uma mensagem de fé naqueles que são os fundamentos da economia brasileira." A outra hipótese Sobre a hipótese de o BC, ao invés de baixar, aumentar a Selic, disse Jório Dauster: "Se você atender a todos os pedidos do setor financeiro, que busca a sua proteção máxima, você cai na armadilha. Nós não vamos viver eternamente sem crescimento neste País, por atender a todos esses interesses. Eu acho que é hora de pagar para ver."

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