
21 de janeiro de 2020 | 09h17
Neste começo de 2020 é realizado o 50º encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Líderes do mundo inteiro, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os líderes europeus Emmanuel Macron, Angela Merkel e Boris Jhonson, além do ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, se reúnem para discutir os rumos da economia global. A iniciativa, criada em 1971, pelo alemão Klaus Schwab, com colaboração de Hilde Stoll, já proporcionou acontecimentos memoráveis. Confira abaixo os principais deles.
A primeira reunião do Fórum Econômico Mundial, então chamado Simpósio Europeu de Administração, ocorre em Davos, na Suíça, organizada por Klaus Schwab, em colaboração com Hilde Stoll (eles se casaram logo depois).
Aurelio Peccei, industrial italiano, faz um discurso pedindo o equilíbrio entre objetivos econômicos e preocupações ambientais.
Líderes políticos são convidados. O Comissariado Europeu de Energia pede aos EUA que cortem o consumo de combustível em 5 a 10%.
Na tentativa de engajar a sociedade, a conferência começa a convidar um espectro mais amplo de palestrantes, incluindo o defensor de consumidores Ralph Nader.
Henry Kissinger alerta que a invasão soviética do Afeganistão é um desafio aos Estados Unidos.
O chanceler austríaco adverte que o apoio dos EUA a ditaduras na América Latina pode abalar as relações americanas com potências europeias.
A China anuncia planos de investir US$ 1 bilhão na importação de tecnologia ocidental. Diplomatas advertem que a crescente demanda da China por tecnologia cria problemas estratégicos para países ocidentais.
“A palavra-chave em Davos é não intervenção dos governos”, diz o Financial Post. “Isso significa reduzir governo, reduzir impostos e encorajar o sucesso em lugar de subsidiar o fracasso.”
O ministro do Exterior da Alemanha Ocidental, Hans-Dietrich Genscher, pede ao Ocidente que seja receptivo à perestroika iniciada na URSS por Mikhail Gorbachev.
Asher Edelman, da Plaza Securities Co., é vaiado ao dizer que os líderes empresariais não são apenas antiéticos, mas imorais.
Carlo Rubbia, Prêmio Nobel de Física de 1984, diz que o consumo de combustíveis fósseis é uma ameaça significativa para a vida na Terra.
O primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Hans Modrow, e o chanceler alemão-ocidental, Helmut Khol, se reúnem apenas dois meses depois da queda do Muro de Berlim.
Nelson Mandela e o presidente da África do Sul, F. W. de Klerk, apertam-se as mãos no primeiro encontro fora do país.
Shimon Peres, ministro do Exterior de Israel, e Yasser Arafat, líder da OLP, tentam um acordo sobre assentamentos na Faixa de Gaza e Jericó.
A Rússia assegura a líderes mundiais que está comprometida com a economia de mercado após a queda da URSS.
O presidente suíço, Arnold Koller, pede desculpas ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pelo papel de seu país no Holocausto.
O bloco que ficou conhecido como Grupo dos 20 reúne-se pela primeira vez em Davos.
Numa manifestação de solidariedade após o 11 de Setembro, o Fórum Econômico Mundial reúne-se em Nova York, pela primeira vez fora de Davos.
Enquanto os EUA se preparam para a guerra no Iraque, líderes mundiais dizem em Davos que não está claro se é o caso de guerra. “As evidências são claras”, respondeu o secretário de Estado, Colin Powell.
O economista Samuel Huntington cunha a expressão “Davos Man".
Bono, Angelina Jolie e Sharon Stone estão entre os famosos que compareceram ao Fórum.
Um relatório sobre a gripe aviária publicado em Davos diz que o impacto da doença “pode ser tão profundo quanto o da peste negra na Europa em 1348”.
Nouriel Roubini, presidente da Roubini Global Economics, adverte sobre o crescente uso de derivativos como instrumentos financeiros. Thomas Russo, advogado do Lehman Brothers, discorda.
George Soros diz que a falha sistêmica “já pode estar entre nós e que o estado atual não é uma crise normal, mas o fim de uma era”.
Após a crise crédito-mercado e a quebra de vários grandes bancos dos EUA, o clima em Davos foi descrito no noticiário como de “abalo”, “conformismo” e “um pouco de humilhação”.
O diretor de cinema James Cameron diz que entende de cinema e não de economia, mas, como ele, “ninguém em Davos entende nada de economia”.
O primeiro-ministro grego, Geórgios Papandréu , diz que a desigualdade pode levar a uma agitação social de longo prazo e já está havendo na Europa “indícios de mais nacionalismo, antissemitismo, anti-islamismo e todo tipo de fundamentalismo”.
Christine Lagarde, diretora do FMI, diz que os ordenados de executivos e banqueiros devem ser reduzidos para se evitar outro colapso.
Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, promete retirar os assentamentos da Cisjordânia.
Leonardo DiCaprio aceita o Crystal Award do Fórum Econômico Mundial. Em seu discurso, ele diz que a ganância corporativa por petróleo, carvão e gás não pode determinar o futuro da humanidade.
O presidente chinês Xi Jinping diz que “nenhum país sairá vencedor de uma guerra comercial”.
O presidente Donald Trump declara que os Estados Unidos estão “abertos para negócios” e que “nunca houve tempo melhor para contratar, construir e investir no crescimento nos EUA”.
A então diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, diz que as tensões entre EUA e China são maiores riscos à economia global. O recém-empossado presidente Jair Bolsonaro fez um discurso de apenas seis minutos em que defendeu a abertura comercial do País e prometeu combater a corrupção.
Discussões sobre o clima estão em destaque na agenda de Davos este ano e será a primeira vez que Greta Thunberg, a jovem ativista sueca, e Donald Trump estarão num mesmo evento neste ano. Ela diz que "em lugares como Davos, as pessoas gostam de contar histórias de sucesso, mas temos de admitir que falhamos na questão climática”. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ
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