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DAVOS-Esboço para Doha é necessário até a Páscoa, diz Mandelson

Por JONATHAN LYNN
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As chances de uma conclusão da Rodada de Doha de negociações comerciais globais neste ano serão baixas se ministros não se encontrarem até a Páscoa para esboçarem um acordo, disse nesta quinta-feira o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. Mandelson, expressando os temores de muitos que negociam, afirmou que, se um acordo não puder ser alcançado neste ano, a rodada corre o risco de ser deixada de lado já que uma nova administração assumirá nos EUA em 2009. Mandelson disse à Reuters que é importante que os ministros dêem o impulso político final às negociações concordando com o que é conhecido dentro da Organização Mundial de Comércio (OMC) como "modalidades", ou o esboço geral de um acordo. "Se não virmos uma reunião ministerial concordando com as modalidades... por volta da Páscoa ou mesmo depois, acho que as chances de completarmos a rodada neste ano ficarão seriamente reduzidas", disse Mandelson. "E se não conseguirmos fazer isso neste ano, não tenho expectativas altas em relação à nova administração dos EUA simplesmente continuar de onde o presidente (George W.) Bush parou", disse ele em entrevista durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial. As negociações da rodada foram lançadas na capital do Catar no final de 2001 para impulsionar a economia mundial e ajudar os países em desenvolvimento a saírem da pobreza. As negociações se arrastam há mais de seis anos prejudicadas por diferenças sobre quanto os países ricos deveriam baixar suas barreiras aos seus mercados de alimentos e sobre quanto os países em desenvolvimento deveriam abrir seus mercados para bens industriais e serviços. Mas nos últimos meses os negociadores trabalharam duro para reduzir as diferenças, particularmente em questões técnicas em agricultura. Isso levou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, a prever que um acordo pode ser fechado neste ano. "Temos que ser realistas", disse Mandelson. "Se é para ser feito, deve ser feito neste ano porque a possibilidade de fazê-lo depois deste ano será muito baixa". Mandelson vai se reunir com Lamy, com a representante comercial dos EUA, Susan Schwab; com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim; e com outros ministros de Comércio durante o fórum de Davos. Mandelson afirmou ainda que um novo acordo comercial vai injetar confiança em uma economia global que enfrenta dificuldades, e agir como um seguro contra pressões protecionistas.

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