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De 41 analistas, 25 esperam queda de 1,5 ponto nos juros

Outros 12 defendem um corte maior, de 2 pontos porcentuais

Por Agencia Estado
Atualização:

O Copom deverá cortar em 1,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic), segundo 25 instituições financeiras de um total de 41 consultadas pela Agência Estado. Outras 12 instituições defendem um corte maior, da Selic, de 2 pontos porcentuais, para 22,5% ao ano. Duas prevêem uma redução de 1 ponto porcentual e outras duas trabalham com um intervalo de corte entre 1,5 e 2 pontos. Tanto os analistas que defendem apenas um redução de 1 ponto como os que esperam uma queda de 1,5 ponto porcentual ancoram suas projeções no comprometimento dos dirigentes do Banco Central com um discurso mais gradualista nas últimas semanas. O próprio presidente do BC, Henrique Meirelles, em declarações para a imprensa afirmou por várias vezes nos últimos dias que a batalha da inflação não está ainda totalmente vencida. "Se não fosse este comprometimento dos dirigentes do Banco Central com o discurso gradualista nos últimos dias, com certeza a aposta total do mercado seria em uma redução de 2 pontos porcentuais na taxa de juros", afirma o economista-chefe da Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias, que trabalha com um intervalo de corte na taxa Selic de 1,5 a 2 pontos porcentuais. Por conta das declarações dos diretores do BC, o gradualismo do Copom deverá prevalecer em mais esta reunião, afirma o economista e sócio da BC Informações Econômicas, Vitor Péricles de Carvalho, que está no piso das previsões apontando uma taxa de corte de 1 ponto porcentual. Corte maior não estressaria o mercado É consenso entre os analistas, no entanto, que embora o BC possa manter-se conservador por mais este mês, um corte maior não estressaria o mercado, que já teria precificado nos juros futuros uma redução de até 2 pontos por entender que espaço para tal já existe na economia brasileira. Na opinião do estrategista para a América Latina do ING Bank, Mauro Schneider, um corte de 2 pontos na taxa básica de juros, apesar de não ser algo muito superior a 1,5 ponto, teria um efeito simbólico no sentido de chancelar a melhora das condições com o avanço nas reformas, estabilidade do câmbio e redução da inflação. Na outra ponta, segundo Schneider, aparece como fator favorável a uma redução maior da taxa de juros a piora da atividade econômica. "Esta seria uma janela de oportunidades para o BC reduzir a taxa básica de juros", diz o estrategista do ING Bank. Há condições para corte de até 2,5 pontos O economista do BNL do Brasil, Everton Gonçalves, apesar de se situar entre a maioria que espera um corte de 1,5 ponto porcentual da taxa de juros, acredita que o cenário econômico propicia condições para uma redução de até 2,5 pontos. "Se fizermos uma avaliação do período desde a última reunião do Copom em julho, podemos ver que a taxa de juros real "ex ante" subiu. Um corte de 1,5 ponto ficará dentro do previsto para pelo mercado futuro e a taxa de juros real será ainda mais elevada", diz Gonçalves. Para ele, se a meta do Brasil é o crescimento, deveria cortar mais agressivamente a taxa de juros. "O atual governo está atuando da mesma forma que o governo de Fernando Henrique Cardoso, cortando juros conforme vai melhorando a taxa de risco País. Não podemos ficar sempre esperando um momento melhor da economia para se tomar decisões porque um eventual choque poderá colocar tudo o que se conseguiu a perder", observa o economista do BNL do Brasil. Para o economista-chefe da Global Invest, Marcelo de Ávila, o Copom deveria reduzir em 2 pontos porcentuais a sua taxa básica de juros porque embora a Selic já tenha sido reduzida por meses consecutivos, junho e julho, a taxa nominal calculados em 12 meses continua subindo. "Se os dois últimos cortes ainda não afetaram o CDI, imagine o quanto vai demorar para atingir a economia real", admira-se o economista da Global Invest.

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