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De Bernanke a Yellen, uma política previsível

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Por Redação
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O banco central norte-americano (Fed) reduziu em US$ 10 bilhões o volume de compra de ativos, manteve a taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano e reafirmou o compromisso com uma política monetária de acomodação por mais um bom tempo. Esses foram os principais resultados da reunião do comitê de política monetária (Fomc), quarta-feira. Eles bastam para reafirmar a estabilidade da política do Fed, iniciada por Ben Bernanke na crise de 2008 e mantida por sua sucessora, Janet Yellen, que assumiu o cargo neste ano. O efeito sobre os mercados foi positivo.O ritmo da atividade econômica nos EUA diminuiu, no primeiro trimestre, por conta de fenômenos climáticos que afetaram a produção e dificultaram a circulação de mercadorias e de pessoas - e, portanto, a produção e o consumo. A projeção do Fed é de um crescimento econômico entre 2,1% e 2,3% em 2014, menos do que se previa no ano passado (2,9%). Mas a projeção melhorou para 2015 (de 3% para 3,2%) e 2016 (de 2,5% para 3%). Como afirmou Yellen, "a atividade econômica está se recuperando neste trimestre e vai continuar crescendo em ritmo moderado". O colegiado do Fed previu, pela segunda vez neste ano, que a taxa básica de juros voltará a subir no final de 2015 para 1,2% ao ano. Mas as projeções para a taxa básica no longo prazo (após 2016) são de queda, de 3,88% ao ano para 3,78% ao ano, em relação à reunião anterior do Fomc, realizada em março. Para os que pagam juros para se financiar, quanto menos eles oscilarem, mais favorável será o ambiente de negócios. Em economias desenvolvidas e com grande dependência de crédito bancário, como a americana, seriam enormes os custos de duas guinadas nos juros em menos de três anos, como ocorreu no Brasil: baixa do juro básico de 12,5% ao ano (julho/2011) para 7,25% ao ano (março/2013), seguida de alta para 11% ao ano (maio/2014).O Fed prevê uma inflação de 2% ao ano em 2015 e 2016, acima das previsões anteriores. Ainda assim, a política de compra de ativos não se alterou, o que dá tempo para o ajuste das economias local e global. Com a recuperação lenta da União Europeia e a desaceleração da China, cresceu o peso relativo dos EUA na economia global. As previsões para os juros de longo prazo recomendam que não se espere crescimento acelerado.O Brasil deve se preparar para isso na hora do ajuste, provavelmente, após as eleições.

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