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De cada 10 automóveis vendidos no Brasil, 5 têm motor 1.0

Quando o conceito de popular foi criado, em 93, o carro saía por US$ 7,5 mil; hoje, o mais barato vale US$ 12,5 mil

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De cada dez carros vendidos no Brasil, cinco têm motor 1.0. Embora sejam os mais baratos do mercado, o conceito de popular está desgastado. Quando foi criado, em 1993, pelo então presidente Itamar Franco, na época com mais incentivos fiscais do que tem hoje, o popular custava o equivalente a US$ 7,5 mil. Atualmente, o modelo mais barato à venda, o Fiat Mille, custa US$ 12,5 mil. "É um montante elevado para grande parte da população", admitiu o presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, em recente visita ao Brasil. Em parceria com uma empresa indiana, o grupo tenta desenvolver um carro que vai custar US$ 3 mil na Índia. Se der certo, o veículo poderá vir para o Brasil, mas não por esse valor. Além dos impostos, para ser vendido no País o modelo teria de passar por alterações que encareceriam seu custo, avisa o executivo. Despojado de itens de conforto e segurança, o carro popular ajudou a deslanchar o mercado brasileiro de automóveis nos anos 90. As vendas de veículos saltaram de 764 mil unidades em 1992 para 1,131 milhão no ano seguinte. A partir daí foram anos seguidos de crescimento, até o recorde de 1997, com vendas de 1,943 milhão de unidades. Após crises externas e internas, aumentos e reduções do IPI, pacotes econômicos e, enfim, a retomada do crescimento econômico, a indústria automobilística finalmente bate novo recorde e atingirá este ano 2,45 milhões de veículos comercializados, 80% deles carros de passeio - metade de modelos com motor 1.0. O Brasil tornou-se plataforma mundial de desenvolvimento de carros compactos, mas o motor 1.0 não é vendido para outros países, argumento usado por algumas montadoras que defendem o fim dos incentivos fiscais para o segmento.

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