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De carona com NY, Bovespa sobe e volta ao azul em 2008

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

Expectativa de alta do juro doméstico, queda das ações da Petrobras e notícias desanimadoras da economia dos Estados Unidos. Essa incômoda combinação não foi páreo para a predominância compradora na Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou com forte alta nesta quarta-feira. O Ibovespa teve valorização de 2,45 por cento, chegando aos 64.151 pontos e voltando ao azul no acumulado do ano. O giro financeiro foi turbinado pelo vencimento dos contratos de opções sobre índice, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), e chegou a 11,1 bilhões de reais, o segundo maior em 2008. Para especialistas, o movimento de alta resultou da influência positiva das bolsas norte-americanas, que reagiram à divulgação de resultados corporativos com números melhores do que as expectativas do mercado. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones avançou 2,1 por cento. Diante disso, os investidores deram de ombros para o conteúdo do Livro Bege, sumário macroeconômico dos Estados Unidos divulgado nesta quarta-feira pelo Federal Reserve. O documento apontou que as condições da economia americana se enfraqueceram entre março e abril, sob os efeitos da crise de crédito. O mercado preferiu balizar os negócios a partir dos resultados de grandes corporações, como JP Morgan, Wells Fargo, Intel e Coca-Cola, cujos números positivos apagaram em parte o temor criado com o balanço da General Electric, na semana passada, cujos resultados do primeiro trimestre foram negativamente afetados pela desaceleração nos Estados Unidos. "O pessoal está usando mais os dados corporativos do que os da macroeconomia", disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros. Segundo ele, a elevação da Selic, na reunião desta quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) é dada como certa e já está embutida no preço dos papéis. Na bolsa paulista, as ordens de compra se concentraram nas ações de siderúrgicas e de bancos. As ações ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional deram um salto de 5,86 por cento, a 71,40 reais, enquanto as preferenciais da Usiminas tiveram ganho de 6,4 por cento, a 112,50 reais. As companhias foram alvo de um relatório do banco Goldman Sachs, que recomendou compra dos papéis de ambas, a partir do reajuste nos preços do aço no Brasil. O movimento ainda foi reforçado pelo setor financeiro, sob liderança das ações ordinárias do Banco do Brasil, com incremento de 6,94 por cento, a 24,35 reais. Remando contra a maré, os papéis preferenciais da Petobras caíram 0,64 por cento, a 83,40 reais. As ações foram atingidas por realização de lucros após duas sessões de forte alta depois o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, ter dito na segunda-feira que a companhia tem uma reserva gigantesca de petróleo na Bacia de Santos. (Edição de Vanessa Stelzer)

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