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De olho em 2ª onda de covid na Europa, mercados internacionais fecham sem sinal único

Além do aumento de casos no continente europeu, que já volta a impor novas medidas de restrições, preocupa também o impasse nos EUA em torno da aprovação de novas medias de incentivo

Por Sergio Caldas
Atualização:

As Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta sexta-feira, 25, de olho na segunda onda de casos da covid-19 no velho continente e com receio que as novas medidas de estímulo fiscal prometidas pelo governo americano não consigam passar pelo Congresso dos EUA. Nova York, no entanto, teve uma nova rodada de ganhos e terminou o dia com os índices em forte alta.

Na última quinta-feira, 24, os investidores viram com bons olhos o anúncio da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, quer disse esperar "estar em breve à mesa" com a oposição republicana para debater novos estímulos. No entanto, esse otimismo sumiu rapidamente na sessão de hoje, com o mercado percebendo que os interesses particulares dos parlamentares, antes das eleições de 3 de novembro, devem falar mais alto nas negociações.

Mercado de ações da Coreia do Sul Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE/EPA

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"O otimismo que resultou do reinício das negociações entre democratas e republicanos está desaparecendo rapidamente. Os democratas reiniciaram as negociações com proposta de US$ 2,4 trilhões em estímulos, quase US$ 1 trilhão a mais do que o presidente Donald Trump estaria disposto a apoiar", observa em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York.

Além disso, ficou no radar o aumento de casos do coronavírus na Europa. Na última quinta, o Reino Unido confirmou 6,6 mil novos diagnósticos da doença, avanço diário recorde desde o início da pandemia. No mesmo dia, a França também renovou seu recorde de contaminações em apenas um dia, com mais de 16 mil infecções confirmadas em 24 horas. Já a Espanha, que também monitora o avanço da doença no país, recomendou que Madri estenda o lockdown a todas as regiões, após a cidade ampliar as restrições de 37 bairros para 45.

Nesse cenário, a corrida por um antídoto contra a doença continua chamando a atenção dos investidores pelo mundo. No final da tarde, a Johnson & Johnson informou que sua vacina contra a covid-19 produziu forte resposta imune nos participantes da fase intermediária do estudo.

Bolsas da Ásia 

O índice japonês Nikkei subiu 0,51% em Tóquio e o sul-coreano Kospi avançou 0,27% em Seul, após sofrer um tombo de 2,59% ontem em meio a novas tensões na Península Coreana. Já o Hang Seng caiu 0,32% em Hong Kong e o Taiex registrou baixa de 0,26% em Taiwan. Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,12% e o Shenzhen Composto se desvalorizou 0,23%, mas o ChiNext - que, como o americano Nasdaq, foca ações de tecnologia - teve alta de 0,18%.

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Na Oceania, a Bolsa australiana ficou no azul, à medida que ações de grandes bancos domésticos saltaram até mais de 7% após o governo do país anunciar mudanças para simplificar o acesso a crédito de consumidores e pequenas empresas. O índice S&P/ASX 200 avançou 1,51% em Sydney

Bolsas da Europa 

O dia foi novamente de queda no velho continente, com os investidores atentos ao aumento dos casos de covid-19 na região, que pode resultar em novos bloqueios e medidas de isolamento. Com isso, o Stoxx 600 encerrou hoje em baixa de 0,10%, enquanto Frankfurt caiu 1,09% e Paris recuou 0,69%. MilãoMadri e Lisboa tiveram baixas de 1,10%, 0,23% e 1,33%. Por lá, apenas Londres foi na contramão e fechou com alta de 0,34% - no entanto, todas as bolsas europeias tiveram baixas no acumulado da semana.

Bolsas de Nova York

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Os índices americanos mantiveram o sinal positivo nesta sexta: Dow Jones fechou com alta de 1,34%, S&P 500 avançou 1,6% e o Nasdaq teve forte ganho de 2,24%. Dow Jones e S&P 500 terminam sua quarta semana consecutiva de perdas, com quedas de 1,75% e de 0,63%. Já o Nasdaq encerra com ganho de 2,26%.

Os papéis da Apple, que anunciou a suspensão da cobrança de 30% de comissão sobre transações de usuários do Facebook com sistema operacional iOS, registraram alta de 3,76%. Subiram também as ações da Royal Caribbean, com 7,70%) e da Carnival Corporation, com 9,68%, após uma melhora nas perspectivas para o setor por parte do Barclays.

Petróleo 

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em leve baixa hoje, acompanhando a melhora no sentimento de risco nos mercados financeiros globais. As últimas sessões da commodity têm sido marcadas por uma aguda aversão ao risco, em meio ao recente avanço do coronavírus na Europa, que suscita temores de imposição de novas medidas de restrição ao movimento. A cautela levou investidores a buscarem a segurança do dólar, que, ao se valorizar, tornou commodities mais caras e, portanto, menos atraentes.

Nesta sexta, o WTI para novembro encerrou em baixa de 0,14%, em US$ 40,25 o barril, com perda semanal de 2,59%. O Brent para o mesmo mês recuou 0,05%, a US$ 41,92 o barril, cedendo 2,85% na semana./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

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