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De olho no Fed, mercado tem dia calmo

Expectativa de que banco central dos EUA reduza a taxa básica de juros anima investidores; Ibovespa sobe 1,24%

Por Agências Internacionais
Atualização:

As especulações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode reduzir a taxa básica de juros antes de sua próxima reunião, em 18 de setembro, animaram os investidores ontem e garantiram mais um dia de relativa calma nos mercados globais. No Brasil, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) subiu pelo segundo dia seguido - a alta de 1,24% levou o indicador para 49.815 pontos. O dólar voltou a avançar levemente sobre o real - 0,25% -, para R$ 2,034. O risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan, foi a 219 pontos, valorização de 1,39%. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam com direções opostas. O Índice Dow Jones, o mais importante da Bolsa de Nova York, recuou 0,23%, enquanto a bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,51%. Os rumores de que o Fed pode cortar o juro a qualquer momento cresceram depois de uma reunião entre o presidente do Fed, Ben Bernanke, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o senador Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado. Os três conversaram por cerca de uma hora no Congresso. Bernanke e Paulson não falaram após o encontro, mas Dodd relatou a reunião a jornalistas. O senador democrata afirmou que, em relação aos problemas atuais, ''''o Fed os assume e compreende''''. Dodd disse também que perguntou a Ben Bernanke se o comando do banco central deseja utilizar todos os instrumentos disponíveis para enfrentar a crise no mercado financeiro. Bernanke teria respondido afirmativamente. ''''A meta (da reunião) foi dar ao mercado um impulso psicológico positivo e creio que eles tiveram sucesso'''', disse Angel Mata, diretor-gerente da Stifel Nicolaus Capital Markets. A taxa básica de juros nos EUA está em 5,25% ao ano. Segundo os analistas, uma eventual redução no custo do dinheiro ajudaria a prover liquidez aos mercados justamente num momento em que investidores e instituições financeiras estão segurando ao máximo seus recursos por terem medo de levar calote. Esse movimento praticamente travou o mercado de crédito. O problema é que não há consenso, nem mesmo entre os analistas, sobre essa redução do juro. ''''Há duas vertentes: uma acha que nós precisamos de um corte e a outra não sente que a economia (americana) desacelerou o bastante para justificá-lo'''', observou Janna Sampson, analista da Oakbrook Investments. ''''Acho que o fato de que cada vertente lidera a cada dia, ou mesmo a cada hora, é que está provocando toda essa volatilidade. Há muita incerteza.'''' Também ontem, o presidente do Fed da região de Richmond, Jeffrey Lacker, defendeu que a redução do juro só deve ocorrer se prejudicar a inflação ou as perspectivas de crescimento.

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