SIM
Guilherme Tinoco, mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP)
O governo precisa cumprir o teto e, para isso, é inevitável atuar sobre a dinâmica das duas maiores rubricas do gasto primário: Previdência e pessoal. A primeira, mais importante e urgente, já está sendo abordada por meio da reforma, então falta atuar sobre a segunda.
Não acho que o ajuste precisa ser imediato, mas precisamos estabelecer hoje regras para a dinâmica, mudando a forma de indexação e, sobretudo, revendo as carreiras do serviço público desde o início. Por outro lado, acho fundamental que o teto do serviço público (R$ 39.293,32) seja respeitado e isso deveria valer imediatamente.
Carreiras da elite do funcionalismo também poderiam ficar alguns anos com reajuste abaixo da inflação, ao menos até voltarmos a crescer com mais vigor.
NÃO
José Luis Oreiro, professor adjunto do departamento de Economia da Universidade de Brasília (UNB)
Isso apenas vai aprofundar a crise. A ideia é de que se o ajuste fiscal não foi bem sucedido até agora – e já estamos no quarto ano de ajuste – é porque ele não foi suficiente. A única coisa que essa agenda vai produzir é mais recessão.
A recessão se aprofundou em 2015 por conta do corte de 35% do investimento público e a economia não reage em função dos cortes sucessivos no investimento. Se além de cortar o investimento, o governo reduzir os salários dos servidores, isso terá um impacto imediato no comércio, sobretudo em cidades pequenas e médias que dependem dos gastos feitos pelos servidores.
A redução do gasto público vai aprofundar a recessão, diminuindo a arrecadação de impostos e aumentando o déficit. É a “agenda do ajuste fiscal perpétuo”.
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