BRASÍLIA - O governo já dá praticamente como certa a aprovação hoje da Medida Provisória que institui a Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa proposta pelo governo para os financiamentos do BNDES. Mas críticos da criação da nova taxa tentam uma última cartada para barrar a votação no Senado marcada para esta tarde.
Nas últimas semanas, foi feroz o debate dos apoiadores da criação da TLP, desenhada pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central. Virou uma espécie de Fla x Flu, com a equipe econômica jogando toda a sua força para aprovar a TLP, considerada fundamental para a estratégia de política fiscal, com a redução dos subsídios.
No campo oposto, além das críticas iniciais do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, está o senador José Serra (PSDB-SP) e empresários do setor produtivo, representados sobretudo pela Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp). Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Serra chegou a dizer que a medida é inconstitucional e abrirá caminho para questionamentos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Nessa última mobilização, o campo adversário ainda espera surpresas e a derrota da MP.
Hoje quem entrou entrou em campo, ligando para vários senadores, é Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.
Ele está nas graças dos meios futebolísticos pela gestão profissional na área de finanças do clube, com expressiva redução do endividamento. Inclusive, querem no Rio que ele entre para a política e saia candidato.
O detalhe: Eduardo foi funcionário de carreira do BNDES, responsável pela criação do Fundo da Amazônia, e conhece muito bem os projetos do banco. Mello defende que os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) continuem sendo remunerados pela TJLP. Como ele, outros ex-funcionários do BNDES, que hoje trabalham em várias empresas, como Vale, BRFoods, também estão telefonando para senadores conhecidos em defesa do banco. É unanimidade entre eles, segundo senadores, que a questão não é taxa, mas sim o banco.