
15 de outubro de 2015 | 22h52
O Brasil já perdeu o grau de investimento pela Standard & Poor’s e a Moody’s vem sinalizando que está confortável por enquanto com a classificação Baa3 (mínima para ter o grau) com perspectiva estável.
Assim, de certa forma, o jogo está nas mãos da Fitch. Como nota um conhecido gestor, que preferiu falar anonimamente, “caso a Fitch tivesse mudado a perspectiva para estável com o rebaixamento, seria uma boa notícia para o Brasil, pois compraria tempo”. Infelizmente, isso não aconteceu.
Na verdade, a conjuntura político-econômica caminha caprichosamente na direção contrária à que apontaria alguma melhora do atual quadro.
Fernando Rocha, sócio e economista-chefe da gestora JGP, pensa que a equipe econômica deveria ter um plano B para o caso da não aprovação da CPMF. Ele nota que, na audiência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na Câmara de Deputados, vários parlamentares alertaram que a CPMF não vai passar.
Como a tramitação de uma emenda constitucional é lenta, Rocha antevê um cenário em que, com o governo sendo derrotado em meados do ano que vem, não haverá tempo para recompor uma estratégia para garantir o superávit primário.
Rocha lembra ainda que a perda do grau de investimento pela segunda agência não só obriga muitos fundos e investidores institucionais a se desfazer de papéis do País, mas também impede novas aplicações.
A sensação geral é de que o País caminha quase resignado para perder o segundo grau de investimento, como um condenado à morte caminha para a execução.
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